
Mesmo com o PDT rachado, a presidente Dilma Rousseff anunciou ontem o deputado Brizola Neto (PDT-RJ) como novo ministro do Trabalho, numa escolha pessoal. Acatando sugestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nomeou o titular da pasta um dia antes da comemoração do Dia do Trabalho.
O pedetista estreia informalmente hoje durante comemorações do Primeiro de Maio em São Paulo. O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) representará Dilma no evento. A posse será na quinta-feira.
Carvalho anunciará aos sindicalistas que o governo concordou em isentar de Imposto de Renda os pagamentos recebidos por participação nos lucros e resultados das empresas. As centrais sindicais pedem que fiquem isentos valores até R$ 20 mil, enquanto o governo acenava com isenção até R$ 6.000 na semana passada. Dilma tende a ceder um pouco mais.
A presidente deu ao novo ministro a missão de unificar o PDT: “É claro que há arestas [no partido], mas nada que conversas e o dia a dia não nos ajudem a superar. Minha tarefa principal agora é construir essa unidade”, disse Brizola Neto.
O pedetista passou a tarde de hoje justamente tratando de desfazer resistências internas. Telefonou aos colegas pedindo apoio. Integrantes do partido, no entanto, deixaram claro que Brizola Neto faria parte da cota da presidente. “Foi uma escolha pessoal da presidente e não questionamos”, afirmou o líder do PDT na Câmara, André Figueiredo (CE).
“Afinidade histórica” – Além do deputado, o partido apresentou os nomes do deputado Vieira da Cunha (RS) e do secretário-geral, Manoel Dias. A escolha por Brizola, com apoio das centrais sindicais, foi informada hoje ao presidente do PDT, Carlos Lupi, em reunião acompanhada por Carvalho.
Segundo Lupi, Dilma disse ser levada por uma “afinidade histórica”. Ex-pedetista, ela era ligada ao fundador do PDT, Leonel Brizola, avô do novo ministro. Também era amiga da mãe dele, a militante pedetista Nereida Daudt, nora de Leonel Brizola.
“Ela disse que não tinha veto a nenhum dos nomes, mas que a escolha foi por uma ligação histórica com a família e por achar que ele faz um excelente mandato”, afirmou o ex-titular, Carlos Lupi. Questionado sobre o racha interno, ele minimizou e disse que o seu sucessor terá condições de unificar a sigla.
Nos últimos cinco meses, o ministério ficou sob os cuidados do interino Paulo Roberto dos Santos Pinto, que assumiu após Lupi deixar a pasta por conta de denúncias de irregularidades.
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