Escoltado por vários PMs, Rafael deu entrada na urgência da Unimed as 10h45 de quarta-feira.
Redação
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De acordo com Rosimar, o soldado está em profundo estado de depressão e ansiedade. Não suportando mais a situação de detido, ele ligou para a tia e disse que ia se matar. Instantes depois tomou uma dose extra de medicamento tarja preta receitado por um médico psiquiatra que atendeu o militar numa clínica particular de Imperatriz. Os surtos depressivos do policial começaram após a morte de sua mãe, há cerca de 40 dias.
A prisão de Rafael Teixeira ocorreu quando ele apresentou um atestado ao tenente-coronel, médico e responsável pela junta médica do 3º BPM, Alberto Nasser Duarte Santos. O tenente Nasser é quem julga a validade dos atestados e concede ou não a licença aos policiais da corporação na região. Durante a consulta houve um desentendimento entre Nasser e Rafael. O soldado tentou agredir o tenente e recebeu voz de prisão de dois outros oficiais e um sargento que estavam próximos ao local.
Contra Rafael pesam as acusações de desacato, desrespeito ao superior hierárquico, ameaça e tentativa de agressão. A prisão do soldado repercutiu em vários blogs de Imperatriz, inclusive alguns destes sites chegaram a postar um vídeo mostrando o soldado atrás das grades e com as receitas dos medicamentos controlados. Por ser militar, Rafael Teixeira só pode ser julgado pela Justiça Militar.
O presidente da Associação Regional de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros de Imperatriz, Açailândia e Região Tocantina (ARCSPMIA), o cabo da PM Deusivan Sousa Silva, não contesta a prisão de Rafael, mas questiona o momento no qual o soldado foi detido. “Acho que tinham que ser observadas, no momento da prisão, as condições do soldado. Afinal de contas, Rafael perdeu a mãe recentemente e está com um atestado de problemas mentais”, disse.
Deusivan afirmou que todos os quatro advogados da ARCSOMIA estão à disposição da família do policial para tratar dos procedimentos jurídicos que envolvem o pedido de liberdade provisória. Segundo ele, foi feito um pedido de Habeas Corpus em favor do soldado na justiça comum, mas esta se pronunciou como incapaz de julgar o caso.
O tenente-coronel Nasser foi procurado pela reportagem do Correio Popular e explicou como ocorreu a prisão do soldado, mas não quis gravar entrevista. Nasser disse que só pode falar aos seus superiores e que Rafael cometeu um crime militar e está sendo penalizado por isso.
O médico psiquiatra João Eli de Oliveira, que emitiu o atestado que Rafael apresentou na Junta Médica do 3º BPM, também foi procurado pela reportagem. O objetivo era esclarecer quais os medicamentos, os efeitos e as consequências que a falta dos remédios receitados ao soldado podem causar. Dr. João Eli, assim como Nasser, não quis dar entrevista.
O comandante interino do 3º BPM, major Ventura, afirmou por telefone que todos os esforços da corporação estão sendo empreendidos para que Rafael seja julgado o mais breve possível. Ele ressaltou que, apesar de entender a dor e sofrimento da família pela prisão e atual situação do soldado, Rafael foi autuado em flagrante e desobedeceu a lei de hierarquia militar. O processo já foi apreciado pela auditoria militar, em São Luis, e para as próximas horas é aguardado o pronunciamento da promotoria sobre o caso. A partir de então, o juiz militar dará seu parecer em relação ao caso.
“Nós estamos fazendo o possível para solucionar o caso, todo o esforço da nossa parte é esclarecer a situação e tranquilizar a família”, afirmou Ventura. Por enquanto o major descartou a informação de que o soldado será transferido para São Luis a fim de receber tratamento. “É preciso que a sentença seja expedida, depois a transferência será concedida”, concluiu.
Por Ronie Petterson
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