sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Policial recorre ao suicídio após matar a mulher com dois tiros


Daniel Santana Paz, de 32 anos, policial civil maranhense, lotado na delegacia de Peritoró, matou com dois tiros, um na cabeça e outro na perna, a sua mulher e depois recorreu ao suicídio, na manhã de ontem, na cidade de Teresina (PI), onde o casal morava com um filho, de 3 anos. O crime ocorreu no bairro Macaúba (zona sul da cidade), por volta das 11h30, depois que o investigador retornou de mais um dia de trabalho, no Maranhão.

Clerciara Medeiros Graça, de 30 anos, segundo constatou a perícia do Instituto de Criminalística (Icrim) do Piauí, foi morta com um tiro de pistola calibre ponto 40, a mesma que o policial civil utilizava em serviço nos dois anos de instituição. A vítima, que era universitária, ainda foi alvejada com um tiro na perna direita. As informações foram repassadas pelo 1º Batalhão da Polícia Militar do Piauí.

"A vítima foi assassinada no terraço dos fundos da casa do casal. No endereço, vizinhos afirmaram que o policial e a mulher viviam juntos havia 14 anos. Porém, faziam constantes demonstrações públicas de ciúmes, um pelo outro. Depois de matar Clerciara, o investigador resolveu atirar contra a própria cabeça", explicou o coronel José Fernandes Albuquerque, um dos primeiros a chegar ao local do crime.

De acordo com a PM, a tragédia em família chegou ao conhecimento do Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops) por meio de vizinhos do casal, que ouviram os disparos e acionaram a polícia. Para o endereço, foram deslocados, além dos militares do 1º BPM, uma equipe de policiais do Batalhão de Rondas Especiais (BPRone) e outra da Coordenação de Direito Humanos da PM do estado do Piauí.

Socorro

Quando chegaram ao local do crime, os policiais arrombaram algumas portas, na esperança de conseguir socorrer uma das vítimas. No imóvel, localizado na esquina entre as ruas Manoel da Paz e Arlindo Nogueira, mas as únicas pessoas encontradas com vida foram o filho do casal e o pai do investigador, identificado pela PM apenas como Chico Ester, que é candidato a vereador no Maranhão.

Em depoimento, o pai do policial civil disse que estava em casa, quando o filho chegou do trabalho e pediu que ele o deixasse a sós com a mulher, pois precisava ter uma "conversa séria" com ela para tratar da "separação". "Alguns vizinhos informaram que os dois travaram uma intensa discussão antes dos tiros e que a mulher chegou a gritar por socorro, chamando um compadre do casal, que mora na mesma rua", completou o comandante do 1º Batalhão da PM.

Assim que tomaram conhecimento da tragédia, familiares das vítimas se aglomeraram em frente à casa e muitos chegaram a passar mal ao ver os corpos serem retirados por uma equipe do Instituto Médico Legal (IML). No momento do crime, segundo informações, o filho do casal estava nos braços da babá, que se retirou do imóvel logo depois de o investigador Santana, como era conhecido, atirar contra a própria cabeça.

Investigações - Assim que tomou conhecimento do caso, o superintendente de Polícia Civil do Interior, delegado Jair Lima de Paiva, destacou o titular da Delegacia de Homicídios de Timon, Ricardo Herlon Freire, e o delegado do 3º Distrito Policial de Timon, Humaitá Oliveira, para investigar o caso. Até o fechamento desta edição, a equipe de investigadores do Maranhão ainda não havia repassado informações sobre o crime.

"Por enquanto, estamos no aguardo das informações que nossa equipe de policiais foi colher no local do fato. O que sabemos, até o momento, é o que a imprensa da capital piauiense já divulgou, ou seja, que a tragédia se deu após o casal travar uma forte discussão. Sobre o policial que causou tudo isso, posso dizer que se tratava de um profissional bastante esforçado", revelou o chefe da SPCI.

Três crimes envolvendo policiais

Este foi o terceiro crime de homicídio cometido por policiais do Maranhão, este mês. No dia 1º, o soldado da Polícia Militar de Imperatriz Idelfonso Alves Nogueira assassinou com três tiros no rosto a sua cunhada, a técnica em enfermagem Jaqueline Amorim de França, de 27 anos.

O crime foi cometido no bairro Vila Lobão, onde a vítima morava com a irmã e o cunhado, afastado há dois anos 3º Batalhão da PM de Imperatriz, por problemas de saúde. O PM, segundo as investigações, estaria assediando sexualmente a vítima e teria efetuado os disparos após uma discussão com ela.

Jaíres de França, esposa do militar e irmã da vítima, de acordo com testemunhas, teria presenciado a briga e também sido ameaçada de morte pelo marido. Após cometer o crime, o PM fugiu em uma moto. Esta semana, o advogado do militar sinalizou que o oficial vai se apresentar nos próximos dias.

Em São Luís, o policial civil Carlito Aragão, lotado na Delegacia Especial da Mulher (DEM), matou a tiros, no bairro Coroadinho, o seu vizinho, após os dois travarem uma forte discussão, na noite de terça-feira (11). A vítima foi o aposentado Ademir Martins, de 60 anos, que, segundo informações, foi alvejado com três tiros no abdômen, e morreu a caminho do Hospital Municipal Djalma Marques (Socorrão I).

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