José Sarney quando comandou o país.
O presidente do Congresso Nacional, senador José Sarney, revelou em sua coluna dominical no jornal de sua propriedade, O Estado do Maranhão, aquilo que há anos sabia: temos petróleo em nossos mares e gás natural no território maranhense.
Ele diz que conhecia a existência da bacia sedimentar de Barreirinhas, quando ainda era governador, e informa que a prospecção nos anos 60 foi um fracasso. Recordo ainda garoto inquieto, que circulavam comentários da existência de bacias petrolíferas no Maranhão, mas anuladas ou fechadas pelos Estados Unidos. Não havia interesse no crescimento do nosso estado, eis a grande verdade.
O mais incrível é que quando estava presidente da República, mandou levantar todas as Bacias sedimentares do Brasil, deparou com uma descoberta fantástica: “uma gigantesca Bacia, com grandes índices de certezas, que se estendia do Alto do Parnaíba ao Cabo Norte, no Amapá, e grande parte dela ficava no Maranhão, no mar e terra adentro até quase o sul do Maranhão. Não deu outra, graças a Deus”.
E mais: “uma coisa quase impossível na pesquisa de petróleo e gás, onde furam 10 poços e nove dão secos. Aqui a MMX e a Petra perfuraram em terra 9 poços e 9 deram gás, alguns com ocorrência de petróleo de alta qualidade muito melhor do que o de Campos no Rio”.
Agora, Sarney não conteve a língua e faz uma confissão: “me chega um furo (que não é de petróleo), mas jornalístico: o de que a perfuração que a Brilish petroleira do Brasil, associada à Petrobrás, está perfurando no mar, encontrou gás e petróleo! Esse pouco guardando agora, com a devida reservam essa notícia, eu a soube e não me aguentei, e estou soltando a língua. Em breve, com informações mais precisas, elas serão anunciadas. No momento, é só segredo!”.
Eliézer Batista, amigo pessoal de Sarney
Esqueceu propositalmente de lembrar que Eike Batista, donos das MMX e de outras empresas que exploram o gás no Maranhão, assim como já descobriu aquilo que Sarney sabia, a existência de petróleo, é filho de Eliézer Batista, amigo pessoal do então presidente e ex-governador do Maranhão.
Batista, o pai do filho que tem a sétima maior fortuna do mundo, ex-marido da atriz Luma de Oliveira, foi funcionário e presidente da Companhia Vale do Rio Doce, uma estatal que explorava a mineração no país, ainda quando Sarney governava o Maranhão.
Foi ainda ministro de Minas e Energia, quando Eike ainda adolescente. Com a fundação da Rio Doce Internacional S.A., subsidiária da Vale em Bruxelas, foi designado seu presidente. Retornou à presidência da Companhia Vale do Rio Doce em 1979, permanecendo neste cargo até 1986, quando retorna a Rio Doce Internacional.
Durante o período em que esteve pela segunda vez na presidência da Vale, desenvolveu o Projeto Ferro Carajás, que representou a primeira iniciativa de exploração das riquezas da província mineral dos Carajás, abrangendo áreas do Pará até o Xingú, Goiás e Maranhão.
O bilionário Eike Batista
Naquele período, o filho, hoje bilionário, iniciou a carreira empresarial no ramo dos negócios minerais. E tinha informações privilegiadas sobre o assunto. Foi fácil crescer prospectando, sabendo exatamente onde poderia garimpar gás, ouro e petróleo. Era tudo uma questão de tempo.
Aliás, familiares de Sarney, de uns tempos pra cá, adquiriram terrenos em municípios onde jorrarão petróleo e gás. E nem precisam vender suas propriedades. Basta alugá-las para as empresa de Eike Batista. Uma fortuna, um futuro garantido até para os tataranetos. Ou para a décima geração.
O mais interessante é que a Petrobrás nada sabia. Não tinha tecnologia para as descobertas. Mas as empresas do filho de Eliézer Batista sabiam de tudo. Uma questão de tempo.
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