domingo, 24 de junho de 2012

Sarney critica processo de impeachment contra Fernando Lugo


O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), criticou nesta sexta-feira (22/6) a forma como o processo de impeachment do presidente Fernando Lugo tem sido tocado no Paraguai.
Sarney disse que ação está sendo muito rápida, o que pode acabar comprometendo o direito democrático da ampla defesa do presidente paraguaio.
Presidente do Senado, José Sarney
Presidente do Senado, José Sarney
“Pela celeridade com que esse processo está marchando, realmente não se assegura o amplo direito de defesa, como deve ter aqueles que passam por um processo dessa natureza. Nós tivemos [impeachment] no Brasil, mas seguimos todo o rito que a lei determinava, e demorou bastante tempo para que ele fosse concluído”,disse.
O senador lembrou que o motivo de o Paraguai ter demorado a entrar no Mercosul foi justamente a falta de democracia, à época, naquele país. Por isso, Sarney destacou a necessidade de os princípios democráticos serem respeitados em todos os países que compõem o bloco.
“Eu acho que são péssimas para a América do Sul certas práticas que não são muito democráticas ou não são comuns em uma democracia, e que [se] exacerbam a ponto de derrubar um presidente. Evidentemente, isso mostra que tem alguma coisa errada na democracia [paraguaia]“.
O presidente do Senado ressaltou que “o Brasil deve defender os princípios que ele tem e que foram colocados quando, com a Argentina, estabelecemos o Mercosul. Depois, esses princípios foram repetidos na Unasul [União das Nações Sul-Americanas]. Tanto é verdade que, quando fundamos o Mercosul, não admitimos o Paraguai porque [lá] havia um regime não democrático, presidido pelo general Stroessner”.
Parlamentares paraguaios acusam o presidente Fernando Lugo de estimular conflitos entre ricos e pobres e invasões de propriedades particulares no país. Eles alegam que, ao apoiar as causas dos camponeses, o governo Lugo traz instabilidade, caos social e ameaça à paz interna. O impeachment de Lugo deve ser votado ainda hoje pelo Senado paraguaio.

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