domingo, 22 de dezembro de 2013

Parentes e um policial estavam com Júnior Bolinha durante sequestro

Policiais que prenderam ontem Raimundo Sales Chaves Júnior, o Júnior Bolinha, acusado de ser o contratante do Johnatan Silva, assassinato confesso do jornalista e blogueiro Décio Sá, desconfiam que a saída dele da prisão tenha sido facilitada.
Júnior Bolinha teve saída facilitada
Júnior Bolinha teve saída facilitada
Bolinha deixou a prisão onde aguarda julgamento sem ser incomodado e deve ter contado com a ajuda de um vigilante e um policial que não estava dentro do seu plantão.
O contratante da morte de Décio Sá e de Fábio Brasil ocupava em um veículo Corola acompanhado de dois parentes, sendo uma irmã, um irmão, e um policial civil quando estava no Araçagy para fazer uma cobrança. Além de outras atividades, ele era agiota.
A pessoa que deve Júnior Bolinha foi colocada dentro do carro e quando avistaram que a polícia estava ao encalce deles, empreenderam uma fuga que chamou a atenção das pessoas na avenida dos Holandeses, no Araçagy.
Nas proximidades de Churrascaria Berro foi montado o cerco e a pessoa que estava sendo sequestrada aproveitou para se atirar pra fora do carro.
Um cidadão que vinha mais atrás em seu veículo informou ao blog que alguns policiais avançaram pra cima do homem caído ao solo e ainda desferiram nele vários chutes, imaginando tratar-se de um dos elementos que estavam ajudando Bolinha na fuga.
Todos foram encaminhados para a SEIC onde foram ouvidos durante toda a madrugada de hoje.
A Secretaria de Segurança Pública vai informar hoje toda a operação e como Júnior Bolinha teve a saída facilitada, a partir das 10h de hoje na sede da Segup. Alguns policiais acreditam que esta não seja a primeira vez que ele tenha saído durante a noite para fazer “negócios”.
O blog do Luís Pablo chegou a publicar que ele fazia farras na cadeia onde se encontrava, no ano passado, com a participação de mulheres nas orgias.
Nome de gente importante nos caso das mortes – Bolinha, após a elucidação da morte do jornalista, passou alguns meses no 8º Distrito Policial, na Liberdade e foi transferido para a Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos, na Vila Palmeira.
Naquela época, ele responsabilizou a transferência como sendo retaliação da polícia por ter manifestado desejo de contar todos os detalhes do assassinato de Décio Sá e Fábio Brasil, este último em Teresina. Ele insinuava que havia participação de gente graúda no caso.
Ao jornalista Osvaldo Viviane, do Jornal Pequeno, ele contou o seguinte:
“Na primeira noite aqui [na DRFV], dormi no chão, numa cela sem luz e molhada, em condições desumanas, como uma solitária. Tenho certeza de que a transferência foi uma represália da Secretaria de Segurança por eu falar com a imprensa quando estava no 8º DP, e dizer que queria ser ouvido pela Justiça novamente para contar tudo o que sei dos crimes que me acusam. É claro que é retaliação por eu querer falar o nome de gente grande envolvida nos crimes. Até as visitas de pessoas da minha família estão sendo proibidas. Nem a comida e água que me trazem podem chegar até mim. O pessoal do DP diz que eu tenho que comer só as ‘quentinhas’ que eles trazem. Estou preferindo ficar sem comer. Estou com medo de me matarem aqui dentro como queima de arquivo”.
Mas o delegado Augusto Barros, superintendente da Seic rebateu as informações de Júnior Bolinha à época, informando que a medida foi para proteger a própria vida do preso porque carros estavam rondando a delegacia.
Bolinha, em junho do ano passado, se manifestou ao juiz Márcio Castro Brandão, e ao promotor Luís Carlos Duarte que queria se reunir com os dois e seu advogado, Armando Serejo, para contar detalhes dos crimes que ele havia omitido e teve o pedido negado.
O promotor Luís Cláudio Duarte, segundo reportagem do Jornal Pequeno, informou que um grande empreiteiro do Maranhão seria investigado por suposta participação no assassinato do jornalista Décio Sá, como um dos mandantes.
O promotor chegou a pedir a entrada do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) no caso, já que o suposto “consórcio” para assassinar o jornalista também teria a intenção de mandar assassinar um promotor de Justiça, Luís Fernando Cabral Barreto Júnior (3ª Promotoria Especializada de Proteção do Meio Ambiente, Urbanismo e Patrimônio Cultural).
Acusação a dono de construtora – Na metade deste ano, Júnior Bolinha informou que havia enviado uma carta feita do próprio punho em que relacionava o nome do empresário Marcos Regadas, dono dos empreendimentos imobiliários da construtora Franere, como uma dos participantes da morte de Décio Sá, e do plano para matar o promotor Fernando Barreto. O secretário de Segurança Pública, Aluízio Mendes, negou que tenha recebido o documento.
A carta chegou às mãos de jornalistas e blogueiros e foi publicada por jornais impressos e blogs. O blog do Luís Cardoso informou que a carta era uma tentativa de extorsão de Bolinha que teria pedido do empresário R$ 2 milhões, mas ainda assim o jornalista foi processado por Marcos Regada pela publicação da carta.
O advogado de Bolinha, Armando Serejo, que havia deixado a causa de seu constituinte, disse desconhecer a tentativa de extorsão. Hoje ele voltou a advogar para o contratante da morte de Décio Sá.

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