quarta-feira, 6 de junho de 2012

Grupo de senadores cobra José Sarney por PEC do Voto Aberto


Com o processo de cassação contra o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) no Senado, um grupo de parlamentares iniciou um movimento para pressionar o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), a colocar em votação a chamada PEC (Proposta de Emenda Constitucional) do Voto Aberto, que acaba com o voto secreto em caso de perda de mandato. Mesmo que seja aprovada pelo Senado, dificilmente a proposta valeria para o caso do senador goiano, já que ainda tem que ser votada pela Câmara dos Deputados.

O movimento foi deflagrado pelo líder do PSDB, senador Álvaro Dias (PR), que ameaça obstruir as votações em plenário até que Sarney coloque em pauta a PEC do Voto Aberto. A proposta já foi discutida em cinco sessões, o que é uma exigência do Regimento do Senado, e está pronta para ser votada.
'Esperamos que a covardia seja dispensada a favor da Casa', afirmou o líder tucano.
A proposta foi encampada pelo senador Pedro Taques (PDT-MT), que defendeu que o grupo se reveze em plenário, todo dia, cobrando a votação da PEC do Voto Aberto.
'Nesta Casa, quando há vontade política, aprovamos Medidas Provisórias de afogadilho. Aí, há vontade política para aprovar as MPs mais descabidas, votamos como um corisco. Já neste caso (voto secreto), ficamos com rapapés e salamaleques. Devemos assumir nossa responsabilidade e, no mais, é conversa fiada, é não querer votar, é enrolação', afirmou Taques, acrescentando:
'Senador que não aguenta pressão é melhor ficar em casa.'
Independente da votação ou não da PEC do Voto Aberto, Taques pretende revelar seu voto no processo de cassação de Demóstenes. No seu entendimento, não há risco de anulação. Antes da apreciação pelo plenário, a situação de Demóstenes será votada no Conselho de Ética, onde a votação é aberta.
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) também entrou na campanha pelo voto aberto:
'A imprensa toda está colocando o Senado no ridículo. Somos motivo de deboche. O senador não vota neste ou naquele, vota em causa própria, penando que amanhã pode ser ele.'
(O Globo)

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