quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Após fuga, Júnior Bolinha vai aguardar julgamento em Pedrinhas

Após ter a fuga facilitada da Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos de São Luís, o acusado de envolvimento no assassinato do jornalista Décio Sá, Raimundo Sales Chaves Júnior, o Júnior Bolinha, vai aguardar julgamento no Complexo de Penitenciário de Pedrinhas, na capital maranhense, segundo o secretário de Segurança Pública do Maranhão Aluísio Mendes. Atualmente, ele está preso no Centro de Triagem do presídio.

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Júnior Bolinha, após ser recapturado pela polícia (Foto: Reprodução)

“Não há nenhum risco de fuga. Após o período padrão de 30 dias, ele deve ser encaminhado para um setor de segurança máxima do complexo penitenciário, a ser definido pela direção da Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária”, disse o secretário.
O guarda Edinaldo Cruz da Silva, que confessou ter recebido R$ 150,00 para liberar Júnior Bolinha, também está no Centro de Triagem, em cela separada do acusado.
Já o policial civil José Ribamar da Conceição Martins, que deveria estar de plantão na delegacia no momento da fuga, está preso Delegacia Especial da Cidade Operária (Decop). Ele permanecerá na unidade prisional até que o processo de exclusão dele da Polícia Civil, aberto após o episódio, seja concluído. Depois, José Ribamar também deve ser encaminhado para Pedrinhas.

Entenda

Acusado de envolvimento no assassinato do jornalista Décio Sá, Júnior Bolinha fugiu da Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos, em São Luís (onde aguardava julgamento), sequestrou uma pessoa e foi recapturado na noite de sábado (21). Ele foi encaminhado para o Centro de Triagem do Complexo Penitenciário de Pedrinhas na manhã de domingo (22).


Agora, além de responder por homicídio qualificado e formação de quadrilha no Caso Décio Sá, Júnior Bolinha vai responder a novo processo por sequestro e corrupção ativa, em virtude da fuga. O guarda e o policial civil envolvidos no episódio foram autuados por corrupção passiva.

Julgamentos

Ainda não foi definida a data do julgamento de Júnior Bolinha. Apenas dois dos 12 acusados de envolvimento no assassinato de Décio Sá já têm julgamento marcado. Jhonathan de Sousa Silva, assassino confesso do jornalista, e Marcos Bruno Silva de Oliveira, acusado de pilotar a motocicleta que deu fuga ao assassino, serão levados a júri popular nos dias 3, 4 e 5 de fevereiro do ano que vem.


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Jhonathan de Sousa Silva, assassino confesso de Décio (Foto: Reprodução)

No dia 13 de dezembro, o juiz titular da 1ª Vara do Tribunal do Júri de São Luís, Osmar Gomes dos Santos, manteve a decisão de levar 11 dos 12 acusados a júri popular. Além de Jhonathan e Marcos Bruno, serão julgados em júri popular Júnior Bolinha, acusado de contratar o assassino; Fábio Aurélio Saraiva Silva, o Fábio Capita, policial militar acusado de fornecer a arma do crime; Fábio Aurélio do Lago e Silva, o Fábio Bochecha, acusado de dar hospedagem ao assassino; Elker Farias Veloso, acusado de participar da logística do crime; os policiais civis Alcides Nunes da Silva e Joel Durans Medeiros, acusados de assessorar os mandantes do crime; e os empresários Gláucio Alencar e seu pai, José Miranda, acusados de mandar matar Décio Sá.
Em outubro deste ano, o advogado Ronaldo Ribeiro, acusado de tratar das questões jurídicas do grupo chefiado por Gláucio Alencar e José Miranta, foi dispensado do júri popular. Segundo o juiz, faltam indícios suficientes que comprovem sua autoria ou participação no crime.

Os advogados dos outros 11 acusados entraram com recurso para reverter a decisão de serem levados em júri popular. O recurso aguarda julgamento no Tribunal de Justiça de Maranhão.

Caso Décio Sá

Júnior Bolinha é um dos 12 acusados de envolvimento no assassinato do jornalista Décio Sá. Segundo o inquérito policial, ele teria intermediado a contratação do pistoleiro Jhonathan de Sousa Silva pelos mandantes Gláucio Alencar e seu pai, José Miranda.


Décio Sá foi morto com cinco tiros quando estava em um bar, na Av. Litorânea, em São Luís, por volta das 23h do dia 23 de abril do ano passado. O jornalista trabalhava na editoria de política do jornal O Estado do Maranhão e era responsável pelo Blog do Décio.

Segundo a polícia, Décio foi morto porque teria publicado em seu blog informações sobre o assassinato do empresário Fábio Brasil, envolvido em uma trama de pistolagem com os integrantes de uma quadrilha supostamente encabeçada por Glaucio Alencar e José Miranda, suspeitos também de praticar agiotagem junto a mais de 40 prefeituras no Estado.

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