MPERATRIZ - O Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA) divulgou a data do julgamento da enfermeira Irani Vieira Rocha, de 57 anos, acusada de ter mandado matar o ex-marido, o advogado Valdecy Ferreira Rocha.
Irani Viera vai a Júri Popular no dia 3 de junho, no Fórum Henrique de La Rocque Almeida. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou seguimento ao recurso especial contra a decisão do TJ, interposto pela acusada.
Entenda o caso
O advogado Valdecy Ferreira Rocha, 52 anos, foi assassinado por um pistoleiro, no dia 30 novembro de 2005. O crime aconteceu por volta das 17h, em frente à sede da Prefeitura Municipal de Imperatriz.
Dois homens em uma motocicleta se aproximaram do advogado quando ele entrou no seu veículo, que estava estacionado, e um deles efetuou um tiro na nuca de Valdecy.
Investigações
Em 2006, a polícia prendeu na cidade de Itinga (PA), o ex-policial militar Gilvan Pereira Varão, por suspeitas de assaltos na Região Tocantina. As investigações do caso Valdecy já apontavam Gilvan como o homem que disparou o tiro contra o advogado.
Gilvan trabalhava como cobrador. Além dos depoimentos colhidos pela polícia, com fortes indícios que ele teria sido o autor do disparo, na época do crime, um retrato-falado, com base nas características citadas pelas testemunhas, apresentou muita semelhança com a fisionomia do acusado.
Gilvan foi pronunciado a Júri Popular, condenado, cumpriu sentença e estava no regime semiaberto quando, recentemente, foi preso em São Luís por falsificação de dinheiro.
A ex-mulher do advogado, Irani Vieira, e Alexandre Moura Lima Neto, 28, advogado dela, foram apontados como os mandantes do crime.
Irani chegou a ser presa, em 2007. A acusada passou pouco mais de dois meses na Central de Custódia de Presos de Justiça (CCPJ) de Imperatriz, mas ganhou liberdade com pedido de habeas corpus, alegando não interferir no andamento processual. Ela recorreu em todas as instâncias, mas teve os recursos negados.
Alexandre ficou preso por seis dias e, também, foi solto por força de habeas corpus. Apesar dos dois serem apontados como mandantes, Alexandre teve o processo desmembrado e, ainda, lhe cabem recursos na Justiça.
Constam nos autos do processo que a motivação do crime teria sido interesses na separação litigiosa do casal, com a divisão de bens patrimoniais.
Quase nove anos após o assassinato, para a família do advogado, agora a Justiça será feita.
"Com o recurso que lhe cabia, a Irani usou de todas as artimanhas e, finalmente, agora a população vai jugar se ela é ou não culpada nesse crime. Fui ameaçado durante toda a vida, os ânimos voltam porque é um momento de tensão, e eu vou deixar claro para a população e para o juiz, assim como várias testemunhas, que corro risco de vida. É a certeza de que a Justiça tarda mas não falha, demos tempo ao tempo", disse Genner Marinho, sobrinho da vítima.
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