Por Milton Corrêa da Costa
Conforme amplamente noticiado, Giovana Dias de Souza Alves, de 19
anos, morreu após perder o controle do seu carro, no fim da tarde da
segunda-feira 25/11, no km 315 da rodovia Padre Manoel de Nóbrega, em
Itanhaém, no litoral de São Paulo, após tirar uma foto dirigindo a 170
km/h. O carro espatifou-se numa pilastra de sustentação de uma passarela
da rodovia. Giovana, segundo depoimento de amigos, usava muito o
celular e mandou uma mensagem para um primo cerca de dez minutos antes
do acidente.
Por sua vez, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou,
recentemente, alterações no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) punindo
com penalidades mais rigorosas quem dirige embriagado – ainda há quem
bebe, dirige e mata- ou que se recuse ao teste de alcoolemia
(etilômetro), e ainda quem participa de pegas, faz demonstração de
perícia ao volante, omite socorro em caso de acidente, dirige sem
possuir carteira de habilitação ou estando esta suspensa ou cassada,
além de quem dirige em velocidade superior a 180 km/k.
Nada a opor quanto as necessárias medidas de endurecimento da lei de
trânsito, mormente num país onde cerca de 50 mi pessoas/ano, em média,
perdem a vida em acidentes em rodovias e vias urbanas, em razão da
imprudência e da irresponsabilidade ao volante. Registre-se que o número
de vítimas fatais de acidentes com motos, entre 1996 a 2011, cresceu
932% no país.
Quanto só punir com rigor quem dirige em velocidade superior a 180
km/h, onde o máximo permitido em algumas rodovias em território nacional
é 110 km/h, parece-me permissividade e incentivo a tornar as pistas de
rolamento em pistas de autódromo e em cenários de tragédias. Aguarda-se
que a comissão do Senado Federal reveja tal ponto do projeto. As vítimas
em potencial dos ases do volante agradecem.
A lamentar a morte do ator Paul Walker, de ‘Velozes e Furiosos’, em
um trágico acidente de carro, no sábado 30/11, onde o veículo, em que
era passageiro, bateu violentamente num poste e pegou fogo. O acidente
ocorreu no sul da Califórnia (EUA). “A velocidade foi um fator do
acidente”, informou o gabinete do xerife do condado de Los Angeles. Como
no presente caso, muitas vezes a vida imita a própria arte.
Milton Corrêa da Costa é tenente coronel da reserva da PM do Rio de
Janeiro e articulista da ABETRAN (Associação Brasileira de Educação de
Trânsito)
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