Nas
celebrações do Dia Internacional contra a Corrupção, o procurador-geral
da República, Rodrigo Janot, classificou nesta terça-feira (9) de
“cenário desastroso” a gestão da Petrobras e sugeriu a demissão da
diretoria da estatal do petróleo. O chefe do Ministério Público também
defendeu a punição de todos os envolvidos no esquema de corrupção que
tinha tentáculos na petroleira.
“Diante
de um cenário tão desastroso na gestão da companhia [Petrobras], o que a
sociedade brasileira espera é a mais completa e profunda apuração dos
ilícitos perpetrados, com a punição de todos, todos os envolvidos. […]
Esperam-se as reformulações cabíveis, inclusive, sem expiar ou imputar
previamente culpa, a eventual substituição de sua diretoria, e trabalho
colaborativo com o Ministério Público e demais órgãos de controle”,
discursou Janot na Conferência Internacional de Combate à Corrupção,
organizada pela PGR, em Brasília.
Em
meio ao evento, o procurador-geral disse que o país vive atualmente um
momento de “turbulência” devido aos escândalos envolvendo a Petrobras.
Segundo ele, o Brasil “não tolera mais” a corrupção e a “desfaçatez” de
alguns servidores públicos e de alguns empresários.
“Ao
nos reunirmos nesta data comemorativa, vivemos momento de turbulência,
quando o país se vê convulsionado por um escândalo que, como um incêndio
de largas proporções, consome a Petrobras e produz chagas que corroem a
probidade administrativa e as riquezas da nação”, enfatizou.
Controle e transparência
Rodrigo
Janot também utilizou seu discurso para criticar os mecanismos de
controle da Petrobras. Na visão do procurador, por se tratar de uma
empresa de capital misto com controle majoritário da União, a estatal
deveria aproveitar os escândalos de corrupção para rever suas
estratégias de combate à irregularidades. Para ele, é necessário maior
“rigor” e “transparência” na gestão da petroleira.
Nesta
segunda-feira (8), o ministro-chefe da Controladoria-Geral da União
(CGU), Jorge Hage, lamentou o fato de empresas estatais não terem
aderido ao Observatório da Despesa Pública, divisão do órgão de
fiscalização pública que cruza bancos de dados de setores
governamentais. Responsável pelo combate à corrupção no Executivo
federal, Hage explicou que as estatais possuem sistemas próprios de
licitação, fato que acaba dificultando a fiscalização.
O
chefe da CGU informou nesta segunda-feira que apresentou, em novembro,
uma carta de demissão à presidente Dilma Rousseff. No discurso que fez
na conferência de combate à corrupção, Janot comentou a saída de Jorge
Hage do cargo.
“Embora credor de
merecido descanso, o País perde um grande colaborador e um parceiro fiel
ao Ministério Público no combate à corrupção, esse flagelo que acaba
subtraindo da sociedade, escolas, hospitais, investimentos em segurança
pública, mais ainda, a cidadania”, destacou o procurador-geral.
G1, Brasília
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