quinta-feira, 26 de julho de 2012

Engenheiros continuam como reféns em Altamira


Três funcionários da Norte Energia, concessionária responsável pela administração da Hidrelétrica de Belo Monte, em Altamira, permanecem há três dias como reféns de índios na aldeia Muratu. Na última terça-feira (24), os engenheiros foram impedidos de deixar a aldeia após uma tentativa de reunião entre a empresa e os índigenas que discutiu mecanismos para transpor embarcações no rio Xingu, que deve ser fechado na altura do canteiro de obras de Pimental.

A Fundação Nacional do Índio (Funai), através de dois servidores, está no comando das negociações entre empresa e índios.

Para fechar a barragem do rio Xingu, a empresa precisa de uma licença do Ibama. O Movimento Xingu Vivo diz que justamente por isso, a Norte Energia pretendia realizar quatro reuniões com as populações indígenas e ribeirinhas, as quais, com a construção, ficarão sem acesso fluvial à Altamira.

As consultas também são uma condição para que a Funai faça um parecer que autorize ou não a conclusão do barramento, a ser apresentado ao órgão ambiental.

Uma reunião foi realizada na aldeia Muruatu na segunda-feira (23), com a participação de índios Juruna da Terra Indígena Paquiçamba e dos Arara da aldeia Arara da Volta Grande, mas os indígenas não saíram satisfeitos. “Ninguém entendeu nada do que os técnicos falavam. Não souberam falar como ficará o banzeiro do rio, como nós vamos navegar, e nem o que tinha mudado no projeto desde a primeira versão que eles apresentaram no ano passado. E no final os engenheiros falaram que a gente estava certo mesmo. Mas nós não vamos dar moleza não", disse Giliarde Juruna, liderança da TI Paquiçamba.

Os índios também afirmam que quem entrar na aldeia também será feito refém: "hoje (ontem) a voadeira que foi levar comida pra eles ficou detida, e quem for pra aldeia, vai ficar. Só vamos liberar a imprensa”, promete Juruna.

Segundo a Funai, não há previsão de uma nova reunião para negociar as reivindicações dos índios.

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