Há longas datas que fazer política e ganhar com a política virou negócios de família em nosso Estado. Geralmente são as famílias mais ricas com condições de bancar filhos, filhas, genros, mulheres e maridos, durante toda a campanha eleitoral.
Aqui a renovação dos quadros não acontece pela pluralidade, pela mudança de métodos e de mentalidades. No Maranhão impera, há longos anos e agora cada vez mais forte, a oligarquização da representação parlamentar, tornando a política um cabide de empregos hereditários.
A garantia do emprego político aos filhos e parentes reforça a tese de que política se faz em grupo, mas grupo familiar e assim o familismo vai se enraizando sempre.
O patriarca José Sarney, desde a sua eleição para governador no Maranhão, passou a preparar filhos, irmãos, cunhados e primos para manter à todos esses parentes um futuro seguro, sem contar com as sinecuras em cargos públicos. Mas isso vem desde a época do vitoriosismo.
De lá pra cá se perpetuaram nos mandatos e em cargos públicos Sarney Filho, Roseana, Albérico Filho, Ronald Sarney, Ernane Sarney, Ivan Sarney, Deco Soares e muitos outros agora não lembrados.
Com Pedro Neiva de Santana não foi diferente. O filho Jaime Santana foi deputado federal por várias legislaturas. Depois veio João Castelo, elegendo o primo João Rodolfo deputado a mulher prefeita da capital e a filha deputada.
Da safra de Luiz Rocha estão aí os filhos Roberto Rocha (eleito agora senador), Rochinha prefeito de Balsas, e um outro vereador por São Luís.
Epitácio Cafeteira bem que tentou colocar a filha como deputada, mas foi obrigada a desistir e hoje tem um sobrinho deputado reeleito.João Alberto manteve a família a uma certa distância, mas acaba de garantir ao filho João Marcelo um mandato de deputado federal.
Edison Lobão elegeu primeiro a esposa Dona Nice, mas antes deu um mandato ao primo Yedo Lobão e um cargo com aposentadoria eterna de Conselheiro do TCE. Lobão tentou colocar o filho Edinho governador e teve o projeto familiar recusado.
Roseana foi quem mais contemplou familiares garantindo a eles mandatos como se fossem empregos com direito a mordomias e benefícios que o trabalhador comum jamais sonhou.
Zé Reinaldo também aproveitou para garantir à alguns parentes mandatos, a exemplo de Marcelo Tavares e dois prefeitos no interior. Nem Jackson Lago escapou elegendo os irmãos Wagner Lago e Nonato Lago, hoje conselheiro do TCE.
Roseana encerra em dezembro talvez seu última mandato, mas antes garantiu ao genro Carlos Filho três mandatos e agora ao sobrinho Adriano Sarney quatros anos para receber cerca de R$ 120 mil mensais entre salário, assessorias e outros penduricalhos.
Há alguns anos são os prefeitos que deram continuidade à mesma prática, torrando todo o recurso do município para garantir a eleição de filhos, esposa, genros e cunhados. Aqui não tem espaço para citar todos eles. Mas o amigo leitor pode ajudar relacionando nos comentários que são eles.
Candidato eleitos, como esposo de prefeita, mulher de prefeito, genro e filha de secretário estadual, que não desembolsaram menos de R$ 20 milhões na campanha de cada. Um absurdo!
Mas para garantir o futuro dos parentes nada é empecilho, principalmente quando o gasto é feito com recursos públicos. Os pobres dos assessores, muita das vezes técnicos preparados, não terão chance alguma se para os políticos o que vale mesmo é o familismo.
Para encerrar essa observação que se alonga, aqui no Maranhão estão inventando novas práticas de blindagem à família. Os setores de recursos humanos dos tribunais, do Legislativo e Executivo se cruzam para evitar o nepotismo mais descarado.
Só na Secretaria de Saúde do Estado, por exemplo, cargos com salários polpudos foram preenchidos por filhos de uma boa parte de desembargadores.
E pode? No Maranhão, lamentavelmente, tudo pode.
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