terça-feira, 29 de maio de 2012

Imperatriz em feira internacional de Ciência e Engenharia


Estudante imperatrizense do 3º Ano do Ensino Médio, Allison Daniel Fernandes Coelho Souza participou recentemente da Feira Internacional de Ciência e Engenharia (INTEL – ISEF), que este ano foi realizada em Pittsburgh (EUA). Daniel apresentou na feira um projeto de inseticida natural que já desenvolve há três anos.

Considerada a maior feira pré-universitária do mundo, a INTEL-ISEF é o topo onde todo aluno que almeja se aprofundar em pesquisas científicas pode chegar na categoria Ensino médio. Para a edição deste ano, que aconteceu entre os dias 8 e 19 de maio, mais de 63 países enviaram delegações. Do nordeste brasileiro, apenas dois alunos tiveram seus projetos credenciados ao evento. Um deles foi o projeto Obtenção de biocontrole a partir de extratos vegetais com potencial inseticida, desenvolvido por Allison Daniel, do Colégio Santa Luiza. 

A vontade de Allison Daniel em se aprofundar na pesquisa científica se deu há alguns anos quando ainda morava em Petrolina, no estado de Pernambuco. Allison tem familiares que vivem da agricultura e sempre têm problemas com pragas na lavoura e muitos gastos com inseticidas. A partir daí o jovem começou a pesquisar o assunto mais a fundo. Quando se mudou para Imperatriz, Allison Daniel encontrou na escola todo o apoio que precisava para dar continuidade ao seu projeto. 

O estudante conta que depois de muitas pesquisas encontrou o resultado que esperava a partir das folhas da hortelã e do manjericão, que foram as matérias-primas para desenvolver o inseticida que possui uma abordagem fotoquímica de biocontroladores com potencial formicida e mosquicida II. “O inseticida é um produto biodegradável, não polui o solo e o meio ambiente como outros inseticidas e possuí um baixo custo. Nas minhas pesquisas o agricultor consegue elevar o lucro do seu produto em até 40% se passar a consumir o inseticida natural desenvolvido à base da hortelã e do manjericão nas suas plantações”, explica Allison Daniel.

No ano de 2011, Allison chegou a ser premiado pela FAPEMA, órgão que fomenta a pesquisa cientifica no estado do Maranhão, mas a trajetória de sucesso do aluno começou mesmo há quase quatro anos, quando apresentou sua pesquisa na Feira de Ciência e Tecnologia do Sul do Maranhão (Fecitec). Com o sucesso, a pesquisa foi se expandindo em eventos em São Luis (Milset), São Paulo (Febrace) e, por último, na Mostra de Trabalhos e Iniciação Técnico-Científica (Mostratec) no Rio Grande do Sul, que o credenciou para a Feira Internacional de Ciência e Engenharia (INTEL-ISEF) nos Estados Unidos, levando Allison a expandir seus trabalhos a nível mundial. “É muito gratificante poder participar de um evento tão grandioso como esse. Saber que você é a única pessoa que representa cientificamente seu estado é uma honra e, sem dúvida, uma responsabilidade enorme. Lá nós somos avaliados por PHD’s, Doutores e Professores Universitários. Foi uma experiência única e, apesar de não ter recebido os prêmios principais, recebi várias menções honrosas dos organizadores da Feira, o que me deixa bastante feliz. Essa experiência me fez crescer como pessoa”, disse Alisson Daniel. 

O estudante ainda cita a importância da escola no fomento a esse aprendizado. “O colégio Santa Luzia teve uma importância fundamental para o andamento e continuidade da pesquisa. Também gostaria de agradecer meus professores orientadores, Diego Coelho e Joelbe Almeida, que me ajudaram no que puderam com seus conhecimentos e foram de importância imprescindível, pois contribuíram para o crescimento do projeto. Também gostaria de agradecer a Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) e a UNISULMA, que sempre me ajudaram cedendo os seus laboratórios para que eu pudesse realizar as pesquisas”, agradece o aluno. 

Segundo Allison Daniel, sua paixão pelo projeto o ajudou a definir que curso superior vai fazer. “Quando eu estava no 2º ano do Ensino Médio fui aprovado na Universidade Federal do Tocantins para Engenharia Ambiental, mas, como eu ainda não havia terminado o Ensino Médio, não pude cursar. Este ano prestarei vestibular novamente para Engenharia Ambiental. Eu já sei que faculdade quero cursar desde o 1º ano do Ensino Médio e, sem dúvida, meu projeto de pesquisa influenciou bastante para isso”, explica o jovem pesquisador.

De acordo com Fabiana Campos, supervisora do Colégio Santa Luzia, a escola sempre deu todo o suporte de que Allison Daniel precisava para dar continuação à pesquisa. “Aqui na escola nós adotamos Allison Daniel como exemplo de persistência e determinação. Sempre foi um sonho dele participar da Feita Internacional de Ciência e Engenharia nos EUA. Allison nunca fraquejou ou pensou em desistir, foi sempre um aluno focado e determinado na busca pelo sonho”, diz Fabiana.

Ainda de acordo com o aluno, já existe uma empresa em sua cidade natal interessada em expandir a produção do inseticida. “Para que o inseticida seja produzido em larga escala ainda faltam algumas pesquisas de aprofundamento, agora a etapa é a de adequar o projeto para que ele seja produzido e vendido para os grandes agricultores da região”, finaza Allison.

Por Karoline Damião

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