quarta-feira, 30 de maio de 2012

O Imparcial me demitiu por discordar de nota de esclarecimento de deputado, diz ex-funcionário


O jornal O Imparcial me demitiu do seu quadro de editores nesta terça-feira, 29,  por discordar de forma intolerante da publicação de uma nota na íntegra do  deputado federal Domingos Dutra (PT) esclarecendo sobre acusações veiculadas em  reportagens publicadas em O Estado do Maranhão com base em informações do  deputado federal Francisco Escórcio (PMDB).
Na  noite de segunta-feira, fui chamado pelo diretor de redação do jornal, Raimundo  Borges, para que providenciasse matéria sobre as denúncias de O Estado acerca de  suposta manutenção de uma funcionária fantasma no gabinete do deputado que  preside a Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal.
Na  recomendação da cobertura ao caso, o diretor de redação aludiu a reportagem  publicada na edição de O Imparcial do sábado passado, na qual Dutra figurava  como personagem da notícia de forma a projetá-lo positivamente. “Quando o Dutra  tem coisa positiva nós cobrimos. Não vamos acobertar bandalheira do deputado”,  recomendou. Seria o caso então de dar publicidade unilateral ao caso reportado  pelo jornal dos Sarney.
Designado para fazer a reportagem, o repórter Agenor Barbosa tentou contato com  as fontes da tal “notícia-crime”, envolvendo o deputado Domingos Dutra, como  acusado; e o deputado federal Escórcio, como autor das denúncias. Não sendo  possível contatar com Escórcio, conforme o mesmo me relatou mais tarde, Barbosa  produziu uma matéria com base em nota de esclarecimento do deputado petista,  divulgada ainda na noite de segunda-feira, 28.
Para minha  surpresa, na manhã desta terça-feira, o mesmo diretor de redação manifestou sua  indignação com o teor da nota publicada na íntegra. No seu entendimento, escrita  com “linguagem vulgar e baixa” e de maneira alguma atendendo às intenções da  reportagem.
Segundo palavras do diretor o teor da matéria recomendada seria totalmente  contrário a que foi publicada.Conforme revelou mais tarde em conversa pessoal, o  interesse do jornal era incriminar o deputado, desconhecendo que a contratação  da tal “empregada doméstica” fora desmentida na edição de segunda-feira pelo  mesmo O Estado do MA.
De  acordo com o diretor de redação, a publicação da reportagem colocou em  dificuldade a empresa. Segundo ele, a ordem da demissão partiu do  diretor-presidente do jornal, Pedro Freire. Há  pouco mais de um mês o jornal publicou na capa, editorial em defesa da liberdade  de expressão, se solidarizando com a classe quando do assassinato do jornalista  do Sistema Mirante, Décio Sá (morto em 23 de abril deste ano).
Fez eco às  palavras usadas pelo senador José Sarney (PMDB-AP), que na ocasião qualificou o  crime como “atentado à democracia”, corroborando o comportamento servil de  um imprensa aferroada ao ganho, sem vínculo com a verdade e com o pensamento  livre. Exemplo disso pode ser constatado na edição de amanhã do jornal, quando  Escórcio tem vez solitariamente, segundo o manual do bom jornalismo forjado pelo  jornal fundado por Assis Chateaubriand no Maranhão.
 Leia abaixo a Nota de Esclarecimento (e de  ingnação de O Imparcial).
Diante das reiteradas matérias levianas publicadas pelos meios de comunicação da Oligarquia Sarney e em  respeito aos maranhenses honestos esclarecemos o seguinte:
1 – O que parecia estranho adquire  forma de certeza: o Governo da oligarquia que controla o Estado do  Maranhão, seus meios de comunicação e prepostos não querem desvendar a  execução do jornalista Décio Sá. Por este motivo, em toda as tentativas do  Deputado Domingos Dutra e da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da  Câmara de contribuir com o esclarecimento do bárbaro assassinato, o  Governo do Estado tenta desviar as atenções com matérias contraditórias e mentirosas. Foi assim quando a Comissão esteve em São Luís nos dias 08  e 09 do corrente mês. Ocorreu o mesmo quando foi solicitado ao Ministro  da Justiça a transferência das investigações para Policia  Federal. Agiram da mesma forma quando o caso chegou à Comissão de Direitos  Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), pelas mãos do Deputado  Domingos Dutra. Ou seja, as falhas nas investigações, a não divulgação  do retrato falado e a prorrogação das investigações após 35  dias da execução indicam que o mandante do assassinato de Decio Sá pode ter suas pegadas nos jardins do Palácio dos Leões. Os meios de  comunicação da oligarquia devem esclarecer porque silenciaram por  completo a respeito do assassinato de Décio Sá, funcionário que serviu por mais  de 17 anos ao Sistema Mirante de Comunicação, pertencente à  oligarquia. Se este crime tivesse ocorrido no governo de Jackson Lago a  oligarquia já teria solicitado intervenção federal no  Estado;
2 – As tentativas de envolver a  advogada e psicóloga NÚBIA DUTRA nas matérias levianas, deve-se à sua crescente candidatura à prefeitura de Paço do Lumiar, município onde a oligarquia prepara o NETO DA SERPENTE, Adriano Sarney como  candidato a prefeito no lugar de Bia Aroso. Estamos preparados para enfrentar  o serpentário inteiro;
3 – É impossível nomear fantasmas na  Câmara Federal em face das exigências burocráticas. A quebra do sigilo  bancário da pessoa que a oligarquia tenta manipular é suficiente para  comprovar que era a mesma quem recebia seus proventos;
4 – Os meios de comunicação da  oligarquia se desmentem a cada mentira: uma hora dizem que a suposta vítima era doméstica. Outra hora afirmam que esta pessoa era auxiliar de  escritório;
5 – A oligarquia que possui muitos  detentores de mandatos e há anos, sabe que a forma de tomar posse e da execução  do trabalho dos assessores que ficam em Brasília é diferente dos assessores que  servem os parlamentares no Estado. Se oligarquia considera que todos os  assessores que trabalham no Estado são fantasma desafio a se passar a limpo o  que fazem e onde estão os assessores dos parlamentares que lhe representam no  Estado do Maranhão;
São Luis (MA), 28 de maio de  2012
DOMINGOS  DUTRA Presidente  da Comissão de Direitos Humanos e Minoria da Câmara e NUBIA  DUTRA Advogada e  Psicóloga

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