Em conversa com a comunidade, novo prazo de defesa foi dado para os notificados. Semuhr aguarda o requerimento dos moradores para segunda visita a local
Publicação: 26/01/2013 10:18
Ivanaura Marques Correa, assim como todos os moradores da comunidade, terão que deixar o local por causa do prolongamento da Avenida Litorânea |
As 20 famílias da comunidade de Prainha, localizada no prolongamento da Avenida Litorânea, estão apreensivas com a possibilidade de despejo do local. A saída estava definida pela Superintendência de Patrimônio da União (SPU), por meio de notificação que estipulou prazo de cinco dias para a desocupação da área, expirada dia 16. No entanto, a SPU está articulando o que pode ser feito para que a desapropriação não cause grandes transtornos. No entanto, permanece a decisão da notificação quanto à saída das famílias. Em conversa com O Imparcial, a assessoria do setor de Divisão e Fiscalização do SPU sentenciou que “na área de preservação as famílias não poderão continuar, pois estão irregulares”.
Ele afirma residir na localidade há 28 anos, onde construiu “uma pequena casa” que divide com a mulher e mais os seis filhos. “Depois de todo esse tempo, por causa dessa obra, a nossa localidade está chamando atenção. Não entendo porque querem nos tirar daqui agora”, disse.
O morador reitera que, por se tratar de comunidade formada por pessoas humildes, “a justiça está usando de sua mão de ferro”. Para ele, as autoridades estão olhando apenas um lado e “esquecendo dos mais fracos” e que, para que fossem retirados dali, deveria ser feita uma negociação. “Quem mora aqui não pode simplesmente deixar tudo que construiu para trás”, relatou. Os moradores têm um advogado e estão na expectativa que a situação se reverta. Francisco fala de “estresse e falta de tranquilidade” desde o anúncio do despejo. Durante a semana foram realizadas reuniões com a SPU, com a Secretaria Municipal de Urbanismo e Habitação (Semuhr), com os moradores e o presidente do Conselho de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MA), Rafael Silva.
MPF pede retirada
Determinação da Procuradoria do Ministério Público Federal (MPF) recomenda à SPU “agir com o poder de polícia que temos, que é proceder à retirada das pessoas”, informou a Divisão de Fiscalização. No entanto, há outra demanda do MPF que aponta o município como conivente com a ocupação irregular ao permitir as construções. A SPU informa que havia uma lista de indenizações das benfeitorias, quando iniciaram as obras no trecho, porém, “alguns se aproveitaram e fizeram construções no local”.
Segundo avaliação da Divisão de Fiscalização da SPU, “as pessoas dizem residir ali há mais de 20 anos, mas há edificações recentes na área”.
A Superintendência diz entender o drama das famílias e pretende fazer cumprir a determinação após chegar a um consenso com os moradores. “Queremos usar todos os recursos para evitar maiores problemas, pois ali há famílias inteiras, crianças. Agiremos em conjunto com o município”, enfatizou a Divisão de Fiscalização, por meio de assessoria.
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