sábado, 19 de janeiro de 2013

Moradores pintam casas como apelo para ficar na Litorânea


Moradores pintam as casas com frases que remetem ao direito à moradia e contestam a condição de invasores da área de prolongamento da Avenida Litorânea.




Casas estão com data marcada para serem desapropriadas (GILSON TEIXEIRA/OIMP/DA PRESS)
Casas estão com data marcada para serem desapropriadas
A desapropriação está marcada para o próximo dia 26. Entretanto, os moradores que residem em uma área próxima do prologamento da Avenida Litorânea, alvos da ação do Ministério Público Federal (MPF), baseada na análise da Superintendencia de Patrimônio da União (SPU-MA), pintaram a fachada das casas com frases que, segundo eles, refletem a angústia e insatisfação com o risco da desapropriação: “Minha vida está aqui. 

Temos direito nesta moradia e 30 anos não são 30 dias”, “Moro aqui há 28 anos. Não somos invasores e temos direito a moradia”, “Não somos invasores, somos trabalhadores e temos 30 anos de praia”. O intuito é sensibilizar as autoridades competentes, pois eles alegam não possuem outro lugar para morarem caso saiam de onde construíram uma vida há mais de 30 anos. 

Roque Pereira Marques, de 48 anos, mora com a família, com oito pessoas, há 30 anos, no local sob risco de desapropriação. Ele contou que todos estão preocupados e, também, ansiosos, pois tentam reverter o resultado da ação. A mãe de Roque, Dona Alexandrina Pereira, de 77 anos, é uma das mais antigas moradoras da área. São 30 anos onde ela viveu, construiu casa e família, criou os filhos e está criando netos e bisnetos. Dona 

A moradora Lurdes Maria aderiu ao protesto (GILSON TEIXEIRA/OIMP/DA PRESS)
A moradora Lurdes Maria aderiu ao protesto
Alexandrina diz não entender como a justiça determinou seu despejo.

 Do alto de suas rugas, como ela mesma diz, não dá para acreditar que passará por essa vergonha. “Como eu vou expulsa da minha casa? Eles vão me arrancar da minha casa e vão jogar minhas coisas fora? Daqui só saio debaixo dos tijolos!”, diz ela, enfática e demonstrando indignação com o caso. Na pequena casa moram ela mais sete pessoas. “Eu não tenho para onde ir. Eu gosto da minha casa, aqui eu construí minha vida. Daqui não saio”. Afirmou.

De acordo com a advogada do caso, Flávia de Miranda Carvalho, os moradores estão aguardando o parecer favorável da liminar. “Isso porque há mais de 20 anos ela moram no local”, avaliou a advogada.

Compete à Secretaria Municipal de Urbanismo (Semuhr) a remoção dos moradores com o apoio da Superintendência de Patrimônio da União (SPU). 

Nenhum comentário:

Postar um comentário