São dezenas de Marias, Joanas, Fátimas, Cristinas, Júlias, Rosas, Antonias e tantas outras que saíram ontem amarguradas com a situação de seus maridos, filhos, netos e sobrinhos. Todos eles detentos no Centro de Detenção do Complexo Presidiário de Pedrinhas.
Do lado de fora, na manhã de ontem, elas tentaram a todo custo entrar no local. Queriam visitar seus parentes ou o direito a amá-los. Afinal, ontem era o dia de visita íntima. Uma vez por mês.
São mulheres que vieram de lugares mais distantes do interior maranhense, gastando tempo e dinheiro. Alguns com bolos e comidinha nos sacos, sacolas e no corpo a esperança do prazer que fora interrompido.
Os agentes penitenciários realizaram ontem uma manifestação de alerta nacional contra o veto da presidente Dilma Rousseff de impedir o uso de armas de fogo por eles.
Por isso, fizeram um dia de greve. Mas o pior de tudo é que as mulheres que chegaram no período da noite anterior, dormindo do lado de fora, nas calçadas externas do presídio, ainda receberam senhas para entrar e no dia seguinte a paralisação, a frustração.
Do lado de fora elas queriam ter outra certeza nada animadora: seus parentes estão sendo tratados da forma mais cruel que se possa imaginar dentro do presídio.
Além da comida de péssima qualidade, superlotação, as torturas comprovadas por elas quando conseguiram entrar para uma visita The Flash.
Constataram queimaduras, segundo relataram ao blog do Luis Cardoso, inchaço nos olhos por causa do gás de pimenta que tem sido usado constantemente e em outros aspectos irreconhecíveis por causa dos confinamentos.
A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, a Secretaria de Direitos Humanos do Governo do Estado precisam visitar os presidiários antes que seja tarde demais e novas rebeliões possam surgir.
Ontem mesmo, já no período da tarde, houve um princípio de rebelião apagado com a permissão da entrada dos parentes dos detentos por breves minutos. É só o começo.
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