No final da tarde desta segunda-feira (15), a TV Globo confirmou ter recebido uma autuação da Secretaria Especial da Promoção da Igualdade Racial (Seppir) por conta da série “Sexo e as Negas”, de Miguel Falabella, que estreia nesta terça-feira.
“A Globo recebeu um ofício e vai avaliar a solicitação. Certamente há algum equívoco de interpretação do conteúdo do seriado. Temos certeza de que essas dúvidas serão dirimidas ao se conhecer o programa. Cabe ressaltar que o nosso documento de Princípios e Valores prevê o respeito à diversidade e a repulsa ao preconceito, o que é praticado em toda a nossa programação”, informou em nota a Comunicação da Globo.
Até o final da tarde de sexta-feira (12), a Seppir confirmou ter recebido 17 acusações de racismo por conta da série “Sexo e as Negas”, de Miguel Falabella. A assessoria de imprensa do Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPF-RJ) também recebeu uma queixa contra o programa.
Seriado é acusado de racismo
Inspirada na série americana de sucesso em todo mundo “Sex and The City”, “Sexo e as Negas” tem sofrido com uma campanha na internet de boicote ao programa antes mesmo da estreia. Nos últimos dias, diversas organizações do movimento negro e de mulheres se manifestaram contra o seriado. Na quarta-feira (10), o órgão federal autuou a Rede Globo e solicitou mais informações sobre o conteúdo da trama por causa de várias acusações de racismo recebidas contra o programa.
O autor da série, Miguel Falabella rebateu as críticas sobre preconceito e se mostrou indignado. “Como é que se tem a pachorra de falar de preconceito, quando pré-julgam e formam imediatamente um conceito rancoroso sobre algo que sequer viram? ‘Sexo e as Negas’ não tem nada de preconceito. Fala da luta de quatro mulheres que sonham, que buscam um amor ideal. Elas podiam ser médicas e morar em Ipanema, mas não é esse meu universo na essência, como autor”, escreveu ele em sua página pessoal do Facebook.
“Qual é o problema, afinal? É o sexo? São as ‘negas’? As negas, volto a explicar, é uma questão de prosódia. Os baianos arrastam a língua e dizem ‘meu nego’, os cariocas arrastam a língua e devoram os S. Se é o sexo, por que as americanas brancas têm direito ao sexo e as negras não? Que caretice é essa? O problema é por que elas são de comunidade?”, completou o autor.
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