O doleiro Alberto Youssef, que foi apontado como chefe do esquema desmantelado pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF), em março deste ano, foi condenado nesta quinta-feira (17), em outro processo referente a uma fraude no antigo Banco do Estado do Paraná (Banestado).
Conforme a sentença, proferida pelo juiz federal Sérgio Moro, o doleiro deverá permanecer preso por quatro anos e quatro meses em regime fechado. Ainda cabe recurso.
O caso aconteceu em 1998, mas foi arquivado, pois à época Youssef havia feito um acordo de delação premiada com a Justiça. Porém, como a Operação Lava Jato apontou a participação do doleiro em uma nova prática criminosa, o processo do Banestado foi reaberto e ele acabou condenado.
De acordo com o Ministério Público Federal, Youssef ajudou uma empresa de veículos a conseguir um financiamento de US$ 1,5 milhão junto ao Banestado. Para isso, ele pagou US$ 131 mil ao operador internacional do banco, em troca da liberação do empréstimo.
O doleiro foi acusado pelo MPF pelos crimes de corrupção ativa e de gestão fraudulenta de instituição financeira. Conforme a sentença, Youssef foi absolvido do crime de gestão fraudulenta, mas condenado pela corrupção ativa.
O advogado de Alberto Youssef, Antônio Figueiredo Basto, disse que pretende recorrer da decisão. Para ele, o cliente foi vítima da direção do Banestado, que teria exigido a quantia em troca do empréstimo. O advogado falou que o doleiro fez o pagamento conforme lhe foi indicado para levantar a quantia junto ao banco.
Operação Lava Jato
Em março deste ano, a Polícia Federal apontou a existência de um esquema de desvio e lavagem de dinheiro, que pode ter movimentado cerca de R$ 10 bilhões ilegalmente.
Conforme a denúncia, Alberto Youssef chefiava o esquema de envio de dinheiro para fora do país. As operações eram feitas com o uso de empresas fantasmas, conforme a PF.
Entre os demais acusados também está o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, que responde por uma suposta fraude dentro da estatal. Costa aparece nas investigações como responsável por intermediar contratos superfaturados junto a Petrobras. Os valores cobrados em excesso da empresa seriam usados para financiar a base aliada do governo federal.
Sobre Youssef recaem ainda outras acusações, além da lavagem de dinheiro e de fraude. O doleiro é acusado também de envolvimento com o tráfico de drogas em um dos processos abertos pelo MPF. De acordo com os procuradores, ele ajudou a enviar dinheiro do tráfico para o exterior, repatriando a quantia posteriormente.
Do G1, PR
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