Depois de ter sido preso nesta segunda-feira (15), o diretor da Casa de Detenção do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, Cláudio Henrique Bezerra Barcelos, está cada vez mais enrolado.
A Polícia Civil, que já vinha investigando Barcelos, acusado de facilitar fuga de detentos por dinheiro, apresentou uma série de mensagens interceptadas que comprovam a ligação dele com criminosos.
O diretor do presídio estava na mira da PC há três meses, que constatou que ele mantinha um esquema para colocar os presos em liberdade e mantê-los soltos o tempo que eles precisassem. o preço era negociado de acordo com o tempo que o preso ficaria na rua.
Houve a saída de uma quadrilha de assaltantes que pagou R$ 300 mil para sair do presídio. E esse fatyo foi comprovado através das imagens do circuito interno de Pedrinhas. O Blog do Luis Cardoso noticiou com exclusividade a saída desses presos mostrando a falsa autorização, assinada por Cláudio Barcelos. Reveja aqui.
Interrogado pelo delegado André Gossain, que preside o inquérito, Barcelos confessou ter liberado quatro presos, mas nega ter recebido dinheiro em troca. A justificativa para a saída dos detentos era de que eles apresentavam boa conduta.
Mas não há o que questionar. Mensagens de celular trocadas entre o diretor e os fugitivos, comprovam toda negociata.
Veja abaixo as informações de Alex Barbosa da TV Mirante, publicadas pelo G1.
Mensagens de telefone trocadas entre o diretor e os fugitivos, interceptadas com autorização da Justiça, revelam uma cumplicidade entre eles. Em uma delas, o diretor pede para o detento retornar à unidade prisional porque haveria uma recontagem dos presos. Ele promete um emprego na portaria para o fugitivo. Em outra mensagem, um preso diz que está na Bolívia e que não pretende mais voltar.
Já em outra mensagem, um preso diz que ‘dá a palavra dele de que vai voltar’. Outra mensagem mostra que um detento pede o número da conta do diretor, e diz que vai ‘mandar uma ideia’, que segundo a polícia quer dizer dinheiro.
“Deve haver outros funcionários. A gente tem quase a certeza e vamos chegar a essas outras pessoas que também participavam dessa fraude, e essas pessoas serão responsabilizadas”, afirmou o superintendente de investigações criminais da Polícia Civil, delegado Luís Jorge.
Barcelos respondia pela direção da unidade prisional há oito meses. Nesse período, dois inquéritos foram abertos, também por suspeitas de facilitação em fugas de detentos. Antes de ser diretor da Casa de Detenção foi assessor jurídico do Centro de Detenção Provisória de Pedrinhas (CDP); da Secretaria-adjunta de Justiça; e assessor jurídico da Casa de Detenção.
Após a prisão de Barcelos, a Sejap escolheu um substituto. O novo titular da Casa de Detenção, Pastor Noleto, como é conhecido, era o diretor do Centro de Triagem, também em Pedrinhas. O substituto para a direção da Triagem ainda não está decidido, de acordo com o secretário de Estado de Justiça e Administração Penintenciária (Sejap), Sebastião Uchoa.
Investigações
Cláudio Barcelos foi preso na manhã desta segunda-feira (15) após policiais cumprirem cumpriram mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão em seu escritório e sua residência. As investigações contra o diretor foram iniciadas em junho, quando a Superintendência de Investigações Criminais (Seic) começou a perceber que presos que deveriam prestar depoimentos em audiências não compareciam porque haviam fugido, sem sequer a informação constar no sistema penitenciário. De acordo com o superintendente da Seic, Luís Jorge, as fugas não ocorreram coletivamente.
“A maioria dos detentos que fugiram da Cadet era assaltantes. Começamos a ver que bandidos que não tinham família aqui eram beneficiados com saídas temporárias de datas comemorativas e não retornavam, por exemplo. As fugas normalmente eram pela porta da frente, com alvará falso, ou de outros processos. Percebemos que tinha gente de dentro facilitando, pois era amador demais”, afirmou o superintendente.
As suspeitas ganharam maior sustentação há cerca de 20 dias, quando três homens que assaltaram um carro-forte em Sítio Novo, MA, fugiram.
“Eles são de alta periculosidade. Fomos no sistema e vimos que eles estavam ativos, como se ainda estivessem presos. O diretor tomava decisões sem o conhecimento da Vara de Execuções Penais. Dava a sentença dos presos como se fosse o próprio juiz. Temos informações de que outros negociavam passar um fim de semana fora, uma semana fora, e depois voltavam. Ele ligava para os presos avisando para retornar, pois teria recontagem”.
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