Polícia apreende usuários de crack na área conhecida como cracolândia, no bairro João Paulo, durante operação surpresa |
Um estudo divulgado na semana passada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), sobre o uso de drogas entre a população brasileira, revelou que 2,2% da população da Região Nordeste já teria feito uso das substâncias cocaína, crack e oxi ao longo da vida. Nas ruas da capital maranhense, assim como de inúmeras aglomerações urbanas de todo o país, tem sido cada vez mais frequente a presença de usuários de drogas a céu aberto e em plena luz do dia, em áreas que passaram a ser conhecidas como “cracolândias”.
De acordo com o delegado Joviano Furtado, coordenador do Centro Integrado de Defesa Social (CIDS-Oeste), a Polícia Civil realizou cerca de cinco operações em 2012, voltadas à abordagem de usuários que se encontravam nas ruas de São Luís. Durante o ano passado, aproximadamente 100 pessoas em situação de uso, principalmente de crack, foram inicialmente encaminhadas à Academia de Polícia, e nas últimas operações ao Centro de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas (CAPS-AD) da rede estadual de saúde, no bairro Monte Castelo. O delegado esclareceu que o principal objetivo das abordagens foi oportunizar que os usuários iniciassem voluntariamente o tratamento de recuperação da dependência com uma equipe multiprofissional, composta por psiquiatras, enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais.
Usuários de crack sempre voltam à área ao lado da feira do João Paulo, após operações policiais |
Segundo Joviano Furtado, na última incursão, ocorrida em dezembro, de 19 pessoas abordadas em ruas dos bairros João Paulo e Centro, sete usuários teriam iniciado o tratamento de forma voluntária. O delegado informou que os profissionais envolvidos na abordagem preliminar realizaram avaliações sobre o nível de dependência de cada pessoa, a fim de identificar os casos que, em virtude de terem perdido o poder de discernimento, requereriam internação compulsória, a partir de decisão judicial. Dependendo do resultado da avaliação, os dependentes também puderam seguir um tratamento de reabilitação diária nos CAPS-AD. A esse respeito, Joviano Furtado disse que via na internação permanente a melhor saída para muitos casos, já que o retorno dos usuários a casa no fim do dia poderia colocá-los na situação vulnerável de voltarem a ter contato com as drogas.
São Cristóvão, Vila Luizão, Vila Palmeira e Maiobão
“Os usuários acabam trazendo transtornos para si, para as famílias e para a sociedade”, disse Joviano Furtado, destacando que, nas regiões que convivem com o problema das chamadas “cracolândias”, tanto os moradores quanto os comerciantes apresentam queixas ligadas à sensação de insegurança, em razão de ocorrerem delitos como arrombamentos, furtos e roubos, causados pelos usuários que não encontram outra forma de manterem o vício. O delegado informou que a região central da capital, abrangendo a circunscrição dos primeiros distritos policiais, tem sido alvo da maioria das incursões das equipes de resgate, embora outras áreas da Região Metropolitana, como os bairros São Cristóvão, Vila Luizão, Vila Palmeira e Maiobão, também padeçam da frequência de usuários nas ruas. Segundo o coordenador do CIDS-Oeste, a colaboração da família é de grande importância para o sucesso da reabilitação dos dependentes e consequente minimização dos danos causados pelo uso de substâncias psicoativas, havendo um trabalho de conscientização dos familiares tanto para que reconheçam a condição de doença dos usuários, quanto para evitar a reincidência de quem iniciar o tratamento.
O Centro Comercial do Maiobão se transformou em uma das muitas cracolândias da Região Metropolitana |
Tratamento
No último mês de novembro, O Imparcial acompanhou a operação do CIDS-Oeste que abordou 17 pessoas nas ruas do bairro João Paulo, as quais foram encaminhadas ao CAPS-AD da Secretaria Estadual de Saúde (SES). O terapeuta Marcelo Soares Costa, diretor do Centro, esclareceu que o procedimento a ser seguido com os dependentes envolveria avaliações individuais para a identificação do quadro dos pacientes, bem como a tentativa de localizar familiares para o encaminhamento dos mesmos a um programa de reabilitação. Ele informou ainda que o CAPS AD estadual recebia diariamente entre 60 e 70 pacientes, os quais participam de atividades de
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