A Polícia Civil descobriu uma nova modalidade de crime, que envolvia a extorsão de funcionários de agências bancárias e a prática de estelionato. Três pessoas foram presas, em Belém, nesta quarta-feira (14), acusadas de receber dinheiro em suas contas bancárias pessoais. As prisões foram feitas pela equipe da Divisão de Investigações e Operações Especiais (Dioe).
Os bancários receberam telefonemas dos golpistas, que alegaram estar mantendo como reféns seus familiares. Para libertá-los, os criminosos exigiam uma transferência bancária. Em duas ocasiões, funcionários que atuam como caixas bancários, em duas agências no interior do Pará, caíram no golpe, acreditando que os parentes estavam sob domínio dos bandidos. Eles acabaram fazendo as transferências para as contas informadas, sem saber que tudo não passava de uma farsa.
Em um dos casos, em Redenção, no sul do Pará, na sexta-feira passada, uma funcionária chegou a transferir R$ 300 mil. Na segunda-feira passada, em Parauapebas, sudeste do Estado, cerca de R$ 90 mil foram transferidos para uma conta bancária dos bandidos. As informações foram repassadas à Polícia Civil, que passou a investigar as ações criminosas.
No decorrer das investigações, policiais civis prenderem, em Belém, Andréa Ferreira dos Santos, 32 anos, e o irmão dela, Anderson Santos da Silva, 30, além de Selma Araújo da Silva, 28, que foram autuados em flagrante por extorsão e estelionato. A conta de Anderson foi usada para receber R$ 100 mil do dinheiro transferido das agências do interior do Pará. Parte do valor – R$ 70 mil – foi depositado em uma conta de outra agência. As duas mulheres receberam R$ 20 mil.
Anderson, que foi preso quando deixava uma agência bancária, na avenida Presidente Vargas, centro de Belém, estava com R$ 5 mil, parte também do dinheiro transferido das vítimas do golpe. Os presos negam envolvimento no crime e alegam terem sido vítimas. Selma conta que trabalha como acompanhante para o site “Coelhinhas do Brasil”, no qual os contatos ficam expostos na internet aos interessados.
Segundo ela, um homem, que se identificou como empresário, ligou dizendo que tinha um negócio para lhe oferecer: ela deveria fornecer a conta pessoal para receber depósito de determinado valor. A mesma pessoa teria entrado em contato com a outra acusada, que, por sua vez, pediu ao irmão para fornecer sua conta bancária para o depósito.
O delegado Neyvaldo Silva, da Dioe, acredita que se trata de uma quadrilha interestadual especializada nesse tipo de golpe, pois as ligações partem de chips de celular com código de área do Rio de Janeiro. “Acreditamos que haja mais pessoas envolvidas. As investigações serão aprofundadas”, explica, alertando os funcionários de bancos contra o golpe.
“Caso recebam telefonemas, procurem verificar antes se os familiares estão bem e entrem em contato com a polícia. Jamais façam transferências de dinheiro”, orienta. O delegado diz ainda às pessoas que não aceitem receber em suas contas bancárias valores em dinheiro de origem desconhecida, com a promessa de vantagem financeira.
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