Publicação: 08/03/2012 10:24 Atualização: 08/03/2012 10:28
De sexo
frágil ao reconhecimento no mercado de trabalho, mas sempre com uma pitadinha de
ternura. Assim é a maioria das mulheres em seus respectivos ambientes de
trabalho. E já é realidade de muitas assumirem cargos antes delegados somente a
homens. Hoje, o Brasil é comandado por Dilma Rousseff, a primeira presidente
mulher da história do país, e isso sem dúvidas foi um marco para nossa nação,
fazendo com que milhares de mulheres tomem isso como exemplo de
vida.
Mas antes mesmo de Dilma Rousseff assumir na Presidência da
República, o Maranhão já havia dado o primeiro passo dentro das conquistas
políticas femininas. Em 1994, a atual governadora Roseana Sarney foi a primeira
mulher a ser governadora de um estado brasileiro e ainda conseguiu ser
reeleita.
O PODER NAS MÃOS
FEMININAS
Além da governadora Roseana Sarney, atualmente, o
Maranhão conta com muitas outras mulheres a frente de cargos públicos dotados de
certa relevância. Um grande exemplo é o do Tribunal Regional do Trabalho, que
pela 3ª vez consecutiva, tem uma mulher como presidente, a desembargadora Ilka
Esdra. Uma das três presidentes, a ministra Kátia Arruda, deixou o TRT da 16ª
Região quando foi convidada para ser Ministra do Tribunal Superior do
Trabalho.
Se observada a atual conjuntura político-administrativa
do estado é possível perceber que a figura feminina já tem se destacado com
certa relevância. No ramo do direito e do judiciário, além da presidente do TRT,
temos também: a desembargadora Anildes Cruz, presidente do Tribunal Regional
Eleitoral; Fátima Travassos, procuradora-geral de Justiça do Maranhão; Valéria
Lauande, vice-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Maranhão; e vale lembrar também
que o Tribunal de Justiça do Maranhão conta hoje com 6
desembargadoras.
MULHERES DO
LEGISLATIVO ESTADUAL
Elas ainda são minoria. Mas algumas delas
conseguem se expressar de forma no mínimo audaciosa. As mulheres no parlamento
maranhense são sete, as deputadas: Cleide Coutinho, Eliziane Gama, Valéria
Macedo, Graça Paz, Francisca Primo, Gardênia Castelo e Vianey
Bringel.
A deputada Eliziane Gama, conhecida por suas denúncias e
suas lutas em prol da preservação da integridade da pessoa humana, acha que a
participação feminina no legislativo estadual ainda é baixa. “Nós somos minoria,
apenas 17% de participação. Tudo bem que é acima da média nacional, que está
estipulada em 10%, mas nós ainda precisamos melhorar muito. Mas é preciso
lembrar que a inserção da mulher na política do Maranhão é bastante expressiva.
A primeira governadora mulher foi maranhense, além de termos atualmente um
número de relevante de prefeitas e vereadoras por todo o estado. Mas a nossa
participação ainda é tímida, precisamos ampliar mais. Uma coisa que sem dúvida
trouxe um sentimento muito forte de participação feminina na política foi a
eleição da presidenta Dilma. Mas é de se refletir que em um universo em que
somos maioria votantes (mais de 50%), tenhamos somente 10% atuando na
política.”
Para se dividir entre os trabalhos de
parlamentar, dona de casa e mãe, Eliziane garante que é preciso muito jogo de
cintura. “Eu tenho duas filhas e preciso dar uma atenção redobrada a elas. É
muito difícil, mas tento de todas as formas compensar. Dia de segunda-feira, por
exemplo, chego em casa um pouco mais tarde, então tento compensar de outras
formas em casa. Mas todo dia a rotina é a praticamente igual. Para que elas
cheguem no horário na escola, eu levanto às 5h30 da manhã para arrumá-las e
preparar o café da manhã. E saio junto com elas, levando-as pro colégio. Em casa
eu ajudo também, lavo louça, faço alguns serviços. Consigo dividir meu tempo como mãe, mulher e
parlamentar” afirmou a deputada.
Quando questionada quanto às
prioridades, Eliziane é enfática: “a gente dá prioridade à família. Pois, como
no papel de parlamentar, eu cuidaria das famílias maranhenses se não cuidasse
direito da minha própria?”
ENFRENTANDO
BARREIRAS COM CORAGEM
E a quem recorrer quando se está com problemas nas
relações de consumo? Aqui no Maranhão, os consumidores já se habituaram às ações
incisivas da Promotora de Defesa dos Direitos do Consumidor, Lítia Cavalcante.
Ela é uma das figuras do estado que dá voz às denúncias de muitos clientes
maranhenses.
Na opinião de Lítia Cavalcanti a participação da mulher em
ambientes antes considerados masculinos já esta consolidada. “Eu acho que a
mulher já conquistou o espaço dela. Já estabelecido”, disse a
promotora
Lítia também afirmou que atualmente não sente preconceito ou
discriminação por ser mulher. “No começo, há 19 anos, até que existia um pouco.
Primeiro porque eu era muito jovem, passei no concurso para a Promotoria muito
cedo. E a primeira comarca que atuei foi no interior. Mas o tempo foi passando e
o meu trabalho foi extinguindo esse tipo de preconceito por ser mulher. Hoje o
maior problema são as demandas mesmo”, garantiu a promotora.
E sem perder
a ternura, Lítia garante que cumpre seu papel de dona-de-casa. “Eu nunca abri
mão de ser dona-de-casa. Geralmente as pessoas estão habituadas a nos olharem só
pelo lado profissional, mas eu nunca abri mão de cuidar da minha família. Os
meus filhos, quando eram pequenos, sentiam falta, porque às vezes eu estava em
dois ou três interiores ao mesmo tempo. Mas com isso eu consegui passar valores
humanitários para eles e hoje eles compreendem o passado e até querem seguir a
mesma carreira”, contou Lítia Cavalcanti.
AS MULHERES-NOTÍCIA
Mesmo não sendo um
ambiente totalmente masculino, o jornalismo para mulheres não é tarefa tão
fácil. Por ser um trabalho diferenciado, com horários não-habituais, vira um
verdadeiro desafio ser mulher, jornalista e mãe.
Rosana Miranda, editora
e assessora de comunicação, afirma que a tecnologia é uma grande aliada na hora
de desempenhar todas as funções. “Eu uso e abuso das possibilidades que a
mobilidade tecnológica me proporciona. Às vezes estou no salão e levo meu
notebook com o modem para poder trabalhar e otimizar o meu tempo”, afirmou a
jornalista.
E quem reclama da falta de tempo é o filho de Rosana, que já
expressou que a mãe tivesse outra profissão. “O João, meu filho, é que sente
muito por essa minha falta de tempo. Um dia ele chegou a dizer que gostaria que
eu fosse técnica de futebol para que pudesse vir ao trabalho comigo (risos)”,
contou a jornalista.
Mulheres brasileiras
que se destacaram:
Chiquinha Gonzaga - se destacou por ser a
primeira compositora de MPB e lutar pela abolição da escravatura
Madalena
Caramuru – primeira mulher a saber ler e escrever
Rachel de Queiroz foi a
primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras, em
1977.
Benedita Souza da Silva Santos foi a primeira senadora negra do
Brasil.
Ana Justina Ferreira Néri entrou para a história com precursora da
Enfermagem no Brasil e uma das heroínas da Guerra do Paraguai
Bertha
Maria Júlia Lutz é uma das pioneiras da luta pelo voto feminino e pela igualdade
de direitos entre homens e mulheres no país.
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