sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Escândalo do BNB: Justiça pede prisão de empresário e aciona 25 servidores


O Ministério Público do Ceará protocolou na tarde desta sexta-feira (10) pedido de prisão preventiva de José Juacy Cunha Pinto Filho, apontado pelas investigações como um dos líderes do esquema, revelado por ÉPOCA, em 8 de junho, que desviou mais de R$ 100 milhões do Banco do Nordeste em operações de crédito.
O pedido, a que ÉPOCA teve acesso com exclusividade, assinado pela promotora de Justiça Maria do Socorro Dias da Silva Braga, qualifica Pinto Filho como “especialista em falsificação de documentos públicos e particulares, formação de quadrilha, estelionatos e fraudes financeiras, indivíduo que inequivocamente causa prejuízos a particulares, e danos devastadores ao patrimônio público”. Ainda segundo a peça, o empresário é “o líder da quadrilha de fraudadores do BNB”.
O pedido de prisão considera que a vasta documentação que comprova as fraudes tende a ser destruída por Pinto Filho, o que pode “não assegurar a perfeita instrução criminal”. Ressalta também que “há notícias de que o Sr. Juacy está foragido, tendo se evadido para Argentina”.
As seis empresas de Pinto Filho: Ceará Indústria e Comércio de Embalagens, Flecar Comércio e Locação de Veículos, R & J Locações Investimentos e Incorporações, C4 Contruções, JPCF e Empreendimentos Imobiliários e Nordeste Indústria de Embalagens também são acusadas de improbidade administrativa, em uma Ação Civil Pública, protocolada nessa sexta, pelo promotor Ricardo Rocha, líder das investigações, junto de mais 25 supostos envolvidos nas fraudes.
Entre os 25, está o próprio Pinto Filho, acusado de apresentar notas fiscais falsas para retirar empréstimos de quase R$ 22 milhões do BNB, e mais de 20 gerentes ou técnicos do banco. O MP pede o bloqueio dos bens dos relacionados, a quebra do sigilo bancário e fiscal, a perda do direito de exercer funções públicas, a suspensão dos direitos políticos, entre outras coisas. No fim junho, o Banco do Nordeste afirmou que todos os envolvidos haviam sido afastados de suas funções.
A maioria destes gerentes e técnicos, como Gean Calos Alves e José Ricáscio Mendes de Sousa, foi citada na reportagem “Haja Cueca!”, publicada por ÉPOCA há dois meses, que revelou as fraudes.

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