No dia 13 de outubro de 1995 morreu num acidente automobilistico, na estrada que liga Orlando a Miami, a jovem A.A.C, que namorava o então presidente da CBF, Ricardo Teixeira.
Publiquei o fato em minha coluna na “Folha” no mesmo mês.
Ela estava no carro do ex-cartola, BMW 325i, preto, conversível, ano 1995, chapa BDN930 e chassis WBABJ6327SJD41897, segundo os registros da polícia da Flórida, e foi o pivô da separação dele com Lúcia Havelange, filha de João Havelange, razão pela qual o episódio adquiriu contornos de evidente interesse público.
A família da jovem desde então permaneceu em absoluto silêncio.
Talvez porque a mãe da jovem, Mariza de Almeida Cabet, recebesse, pelo menos até junho do ano passado, o modesto auxílio de ter seu plano de saúde pago pela CBF.
O documento que comprova o pagamento está abaixo.
Como Mariza Cabet, na qualidade de não funcionária, há apenas Antonio Carlos Coelho, como se pode ler abaixo em reportagem de Sérgio Rangel, da “Folha de S.Paulo”, publicada no dia 4 de dezembro:
“Antônio Carlos Coelho, presidente do Conselho Fiscal da CBF e amigo do ex-presidente Ricardo Teixeira há mais de 30 anos, tem o plano de saúde bancado pelos cofres da entidade.
Leia mais sobre a seleção brasileira Coelho é responsável há mais de uma década por aprovar os balanços da CBF. Até agora, nenhuma conta foi rejeitada pelo órgão comandado pelo empresário.
A CBF desembolsa cerca de R$ 3 mil por mês para pagar o plano do conselheiro e de mais quatro familiares. A entidade não remunera os integrantes do conselho.
Seu estatuto regula o funcionamento do órgão, que não pode ter eleitos funcionários da confederação e parentes deles, até o terceiro grau.
Dos três integrantes do Conselho Fiscal, Coelho é o único beneficiado com o pagamento do plano de saúde.
De acordo com o documento obtido pela Folha, o pagamento consta na rubrica “Secretaria Administrativa Presidência”.
Além do nome do presidente do Conselho Fiscal, outros 11 pessoas têm o benefício pago pela mesma rubrica, mas estes fazem parte do quadro de funcionários.
Coelho foi eleito pela última vez na eleição de 2007.
Além dele, José Antônio do Nascimento Brito e José Guilherme Ferreira integram o órgão.
O mandato dos três só terminará em abril de 2015.
Neste ano, eles aprovaram o balanço que registrou um lucro de R$ 73 milhões para os cofres da entidade.
A relação do integrante do Conselho Fiscal com o antigo presidente da CBF é longa e já foi investigada em CPI.
Coelho era executivo do grupo Vega, onde a confederação mantinha aplicações.
O próprio Teixeira investia no banco nos anos 90.
Segundo relatório da CPI CBF/Nike, o ex-presidente da confederação aplicou mais de R$ 600 mil em valores da época.
Na CPI, deputados mostraram que o conselho presidido por Coelho atuava de forma burocrática.
O órgão aprovou as contas em diversos anos com o mesmo parecer, sem que fosse “feito qualquer tipo de reparo ou sugestão”, segundo o relatório da CPI. Teixeira renunciou à presidência da confederação em março.
Apesar de ter deixado o cargo em meio a denúncias de corrupção no Brasil e no exterior, o cartola mora em Miami e recebe R$ 120 mil por mês da CBF.
Procurada pela Folha, a confederação não se pronunciou até o fechamento desta edição sobre o caso. Coelho também não foi encontrado para comentar”.
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