Os deputados federais que estiveram na última terça-feira (22) em Curionópolis prometem instalar uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI). Eles não conseguiram entrar na mina de Serra Pelada, administrada pela Colossus Mineração.
O objetivo da comissão é investigar o contrato entre a empresa (que explora o garimpo mecanicamente) e a Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp).
A intenção dos deputados era conhecer o funcionamento da mina e principalmente os detalhes do contrato entre a empresa canadense e a cooperativa, que tem gerado muitas reclamações e motivou até a interdição judicial da Coomigasp.
Segundo o presidente da Coomigasp, Vitor Albarado, apesar de um representante da Colossus ter informado que uma nova data será marcada para visita à mina, os parlamentares ficaram indignados e vão entrar em contato com o Senado para abrir a CPMI. “Do jeito que está não pode ficar. Tem que parar pra consertar. Eles (os deputados) já estão correndo atrás das assinaturas”, relatou.
Vitor Albarado relata que entre as principais denúncias em relação ao contrato entre Colossus e a antiga direção da Coomigasp está a mudança no percentual que cabe a cada uma das partes, que foi modificada e deixou aos garimpeiros apenas o direito de ficar com 25% do que for explorado. “No contrato original, era 49% para os garimpeiros e 51% para a empresa. Mas, de repente, de 49% passou para 25% e a empresa passou de 51% para 75%. A gente não aceita isso, queremos (nossa parte) de volta. A confusão está aí”, relata Albarado.
Em nota, a mineradora Colossus informou que de 2007 até hoje foram repassados para as contas da Coomigasp cerca de R$ 50 milhões. Quanto ao acordo firmado com a cooperativa referente à divisão dos lucros com a venda do ouro a empresa esclarece que o contrato é legitimo.
A Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp) informa que os desvios de recursos citados pelo Ministério Público ocorreram durante a gestão da diretoria passada da cooperativa, e que os referidos diretores foram destituídos pela Justiça do Pará e estão sendo julgados em ação criminal. Segundo a associação, as denúncias não têm nenhuma relação com a atual diretoria da Coomigasp.
Ainda de acordo com a cooperativa, a gestão atual luta na justiça pelo direto de voltar ao comando da Coomigasp, após intervenção sofrida por ordem da Justiça no último dia 11 de outubro, e que é de total interesse da nova diretoria que as denúncias sejam apuradas e esclarecidas o mais rápido possível.
(Diário do Pará)
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