O vereador Fábio Câmara (PMDB), líder da oposição na Câmara Municipal de São Luís, realizou vistoria em quatro escolas da rede municipal de ensino, localizadas na Cidade Olímpica, e constatou problemas graves, como vazamentos, infiltrações e mofo nos prédios; falta de material lúdico e didático, de material de higiene pessoal e de limpeza. Devido a isso, o parlamentar pretende ingressar com uma ação popular na 1ª Vara da Infância e da Juventude para cobrar providencias do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PTC) e do secretário municipal de Educação, Allan Kardec Duailibe.
Durante a vistoria nas unidades de ensino, o vereador constatou que alunos da Unidade de Educação Básico (UEB) Jornalista Ribamar Bogéa estão há 10 meses sem aulas de português. Por causa da situação, muitas turmas acabam sendo liberadas na hora do intervalo ou precisam aguardar por um longo tempo até a próxima aula.
Além disso, também não existem diários de classes para avaliar os estudantes. “Mesmo sem ter acontecido nenhuma greve de professores, milhares de estudantes não tiveram até hoje um só dia de aula de português porque simplesmente não existem docentes, ou sequer a prefeitura tentou ampliar as cargas horárias dos já efetivados. Esse é o retrato verdadeiro, cruel e lamentável da mudança na Educação prometida por Flávio Dino, pelo seu prefeito Edivaldo Holanda Júnior”, desabafou o parlamentar.
O Anexo III da UEB Ribamar Bogéa, foi uma das escolas vistoriadas por Fábio Câmara. No local, o peemedebista constatou que a unidade de ensino está fechada há dois meses. O prédio alugado pela prefeitura está abandonado. Sem aulas, mais de 400 alunos estão com o ano letivo comprometido. De acordo com informações obtidas durante a visita, as atividades na instituição de ensino foram suspensas, devido ao aumento da violência.
Ao avaliar a situação, Câmara afirmou que é preciso reverter essa situação para que os estudantes não venham ser prejudicados, mas estranhou o fechamento da instituição de ensino mesmo depois de a Semed ter contratado a Clasi Segurança, por dispensa de licitação, em valores que somam mais de R$ 5 milhões. “Qual foi o objetivo do contrato com a Clasi? A urgência na contratação da empresa não foi para melhorar a segurança nas escolas?”, questionou o parlamentar.
Com ventiladores quebrados, quase todas as salas de aulas do Pólo da UEB Jornalista Ribamar Bogéa estão sem condições de receber alunos. O laboratório de informática não funciona. As máquinas empoeiradas estão paradas há cinco anos e o local virou um deposito, onde foi possível flagrar várias caixas de tênis escolar que não foram doados paras os estudantes.
Situação semelhante foi encontrada na UEB Cidade Olímpica, na mesma comunidade. Boxes de banheiro sem portas, sanitários com estruturas precárias e instalação elétrica exposta. No local, foi constatado que o forro de algumas salas ameaça cair, parte do muro da frente da escola desabou e a estrutura física está comprometida, colocando em risco a vida das crianças.
Pais de alunos disseram que os problemas não são recentes, mas já deveriam ter sido resolvidos. Eles ainda contaram que nas salas de aula há janelas com grades quebradas, ventiladores sem proteção e o improviso tem sido a única maneira para ‘amenizar’ as dificuldades.
“Essa é a situação enfrentada todos os dias por quem trabalha ou estuda nesta instituição. A escola está vivendo no improviso”, disse o senhor Magno Xavier, pai de um dos alunos.
Ao final da visita, Fábio Câmara, ouviu o depoimento da professora Francisca Dutra, que resumiu em poucas palavras o caos que enfrenta a educação no Município. “Nós educadores estamos quase morrendo para trabalhar”, declarou a educadora.
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