Dia 26 fez aniversário de 80 anos de Manoel da Conceição, militante e figura histórica brasileira e Maranhense. Ele é testemunha de vários massacres de líderes camponeses no interior do Maranhão e, ele mesmo, sobrevivente de inúmeras ações da polícia e de jagunços a serviço da oligarquia, é a prova viva do que acontece quando o povo não se submete aos que se acham donos do Brasil.
Flávio Dino escreveu, em comemoração ao aniversário de 80 anos de Manoel da Conceição, militante e figura histórica brasileira e maranhense, um belo texto. Leia:
MANÉ, GUERREIRO, DO POVO BRASILEIRO
A trajetória de vida e lutas de Manoel da Conceição é um patrimônio da história do Brasil e do Maranhão. Figura emblemática por sua coragem, dedicação, coerência, combatividade. Valores associados à simplicidade dos grandes.
Conheci Manoel da Conceição na estante da biblioteca de meu pai, Sálvio Dino. Peguei “Essa Terra é Nossa” num momento em que “Mané” ainda não tinha regressado ao Maranhão. Vi no livro o retrato vivo de um homem gigante, dedicado a seu povo, líder camponês que não conheceu o medo.
Manoel da Conceição, para nós que trafegamos pela margem esquerda da vida, é uma marca, uma referência, é mais que um homem em si. A visão de mundo, a luta, a capacidade organizativa, a fé na educação dos trabalhadores como fator essencial de emancipação, fazem dele um revolucionário contemporâneo singular, exemplo daquele “homem novo” aludido pelo Che.
Tenho pelo Manoel, além de reverência sincera por tudo que ele representa, uma eterna gratidão. Em 2010, contrariando apelo meu e de outros companheiros, fez greve de fome ao lado de Dutra e Terezinha Fernandes contra uma das maiores violências, das tantas a que resistiu, que foi a capitulação do PT que ele ajudara a fundar em 1980 e do qual foi um dos primeiros e principais dirigentes, ao poder oligárquico liderado por José Sarney, aquele que era governador quando a polícia o baleou nas matas do Pindaré. O apoio do PT naquele momento à nossa candidatura certamente teria dado um outro desfecho à eleição para o governo do Maranhão. Foi mais um gesto da grandeza de “seu Mané” na luta pela libertação do nosso estado do jugo oligárquico.
Ao saudar Manoel da Conceição em seu aniversário, lembro quem disse que “o aniversário dos revolucionários é a celebração da esperança”. Esperança que Manoel tem e conosco divide de construirmos um Maranhão para todos. Evoco a palavra de ordem “Mané, guerreiro, do povo brasileiro” e busco em César Teixeira a palavra acesa que diz “te saúdo, companheiro/ e bebo na taça da aurora/em que te ergues inteiro/pra todo o sempre e agora”.
Viva Manoel da Conceição, viva a luta do povo maranhense.
Flávio Dino
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