Não é mais pelo saldo que o São Paulo está fora da zona de rebaixamento. Nesta quarta-feira, no terceiro jogo sob comando de Muricy Ramalho, a equipe confirmou a recuperação ao bater o Atlético-MG por 1 a 0 (jogando bem, com gol de Welliton), alcançar a terceira vitória seguida pela primeira vez no Campeonato Brasileiro e abrir três pontos de frente para o 17º colocado.
A partida tomou maior proporção e ares de rivalidade tendo em conta que se tratava do sexto duelo entre as equipes na temporada. Pela Copa Libertadores, foram três vitórias mineiras, sendo uma na fase de grupos e duas que levaram à eliminação dos paulistas nas oitavas de final. O resultado desta noite foi o segundo triunfo são-paulino, depois de empate em branco no primeiro turno da competição nacional.
Com 100% de aproveitamento desde o retorno do treinador tricampeão brasileiro - que conquistou sua 200ª vitória pelo clube (em três passagens) -, o São Paulo chega a 27 pontos e salta momentaneamente para a 13ª posição. Seu próximo compromisso será no domingo, diante do Goiás - sem o meia Maicon, que recebeu o terceiro cartão amarelo -, em Goiânia.
No mesmo dia, o Atlético recebe o Vasco, em Belo Horizonte, para tentar se reabilitar da primeira derrota no Brasileiro depois de dez partidas. A não ser pelo fim da invencibilidade, contudo, o tropeço no Morumbi não causa tanto estrago, já que a equipe treinada por Cuca segue entre os 12 melhores, com 28 pontos ganhos.
Djalma Vassão/Gazeta Press
Nesta quarta-feira, Muricy não podia contar com o zagueiro Rafael Toloi, suspenso pelo terceiro cartão amarelo, e deslocou Rodrigo Caio novamente para a defesa, já que tinha o retorno do volante Denilson. A principal novidade, porém, foi a entrada de Welliton no lugar de Osvaldo, que não marca um gol desde o fim de fevereiro.
E foi o atacante, em seu quarto jogo com a camisa tricolor (o segundo como titular), quem mais se destacou no começo. Escalado pelo lado esquerdo do campo, foi acionado diversas vezes. Em uma delas, aos dez minutos, obrigou o goleiro Victor deixar a área e tirar a bola pela lateral. Em outra, só não recebeu de frente para o gol porque Marcos Rocha afastou para escanteio.
Superior, o São Paulo foi ocupando cada vez mais terreno no ataque, com boas trocas de passe no meio-campo. Jadson teve uma boa oportunidade da meia-lua, porém chutou por cima do gol. O Atlético, com dificuldade defensiva, mas sempre veloz na frente, apostava em contragolpes. Como aos 18 minutos, quando Diego Tardelli não conseguiu desviar cruzamento rasteiro de Jô.
A consistência da equipe da casa foi premiada aos 26 minutos, graças à colaboração atleticana. Marcos Rocha tentou afastar cruzamento de Luis Fabiano pelo lado direito da área, a bola acertou Victor e sobrou para Welliton, diante da meta aberta. Essa chance, o atacante não teve como desperdiçar: meteu a cabeça na bola e abriu o placar com seu primeiro gol.
A torcida tricolor se empolgou ao ver a rede balançar e entoou previsão de goleada, no Morumbi. Mas o atual campeão sul-americano não sentiu o golpe e se lançou em busca do empate, que só não foi alcançado porque Marcos Rocha perdeu um gol feito, com Rogério Ceni (que fez seu jogo 1.100 pelo clube) já caído, depois de passe rasteiro de Jô dentro da área, aos 36 minutos.
Muricy não mexeu no intervalo. Fez sua primeira substituição apenas aos nove minutos, imediatamente depois de a torcida gritar o nome de Aloísio. O centroavante entrou no lugar de Welliton e participou de uma boa jogada de contra-ataque, na metade do segundo tempo, que terminou com arremate de Jadson à direita do gol de Victor.
O goleiro atleticano teve menos trabalho do que Ceni, mas também não viu o camisa 1 são-paulino ser muito exigido. Em um dia sem grandes lampejos de Ronaldinho Gaúcho - e do vaiado Tardelli e companhia -, o time mineiro aparentemente não encarou a partida tão a sério, diferentemente do São Paulo, muito melhor organizado e determinado em escapar da Série B.
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