O pecuarista José Alberto Veloso nunca tinha disputado um cargo eletivo até o ano passado.
Durante anos José Alberto dispôs de cabeças de gado para bancar as campanhas eleitorais da irmã Doralice Veloso, eleita vereadora da cidade de Bacabal por 6 vezes. Quando o filho completou a maioridade Zé Alberto resolveu incluí-lo no seu projeto de sempre ter um membro da família no círculo do poder.
Alberto filho, usado pelo senador João Alberto como arma para minar a eleição do deputado federal Zé Vieira em Bacabal, correu sério risco de não ser eleito. Mais uma vez a importância do sucesso da empreitada é creditada aos bois do pai que, eram vendidos às carradas nos últimos dias campanha eleitoral para ter a vergonha de ver o rebento derrotado nas urnas.
Com a ida do filho para a Câmara Federal, Zé Alberto entendeu que podia fazer a política no estilo do ‘melhor só do que mal acompanhado’. Orientado diuturnamente pelo ‘guru’ Gilberto Lacerda, lançou seu nome como candidato a prefeito e aproveitou do desgaste da administração Lisboa, uma das mais desastrosas já vistas pelo povo de Bacabal. Zé Alberto fez a campanha da motivação, da esperança, usou como mote o varrimento da sujeira administrativa.
Foto: Jeremias |
O prefeito Zé Alberto, sem traquejo administrativo, teve que se socorrer do auxílio do filho deputado. Alberto Filho tem uma sala contígua à do prefeito. Dá ordens como o pai, mas não se conscientizou ainda do que é que realmente o povo quer. Como o pai.
Zé Alberto não incorporou o papel de que agora é prefeito. Tem obrigação de fazer. O discurso da campanha eleitoral, o personagem criado foi tão convincente que, mesmo eleito e sentado na cadeira de prefeito, Zé Alberto não consegue expurgá-lo do seu ser. Nas entrevistas e declarações continua prevalecendo a personalidade do candidato. Como se diz nos meios políticos: o prefeito ainda não desceu do palanque.
O pior não é o cansaço do povo pela espera. Agrava-se a situação com os questionamentos sobre gastos e ações. O homem que não tinha suspeita de atos desonestos, principalmente por nunca haver ocupado um cargo público, agora é pintado em outras cores nos cartazes dos manifestantes. Por onde se anda na cidade, há questionamentos de toda ordem.
A administração de Bacabal vive uma crise. É preciso sentar e traçar metas. Mais do que isso, é preciso cumprir as promessas. O prefeito não pode apelar para o envolvimento emocional do povo, como bem fizeram seus marqueteiros. Não há eleição por perto. O povo que está indo às ruas não grita mais ‘vamos varrer a sujeira’. O grito é outro.
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