quinta-feira, 19 de junho de 2014

Promotoria entra na Justiça contra conselheiro Robson Marinho

do G1.COM
Robson Marinho, conselheiro do TCE, se diz inocente das acusações
Robson Marinho, conselheiro do TCE, se diz inocente
das acusações
O Ministério Público (MP) de São Paulo apresentou nesta quarta-feira (18), à Justiça, ação contra o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-SP) Robson Marinho, acusado de receber propina da multinacional Alstom para votar a favor de um contrato com estatais sem licitação. Ele nega as acusações.
A Promotoria ainda apontou outros dez acusados, entre eles três empresas, três ex-diretores da Alstom e os consultores Romeu Pinto Júnior e Sabino Indelicato, que foi sócio de Marinho. Para a Promotoria, eles são donos de companhias que intermediaram a propina, simulando serviços de consultoria. O G1 não localizou Pinto Júnior e Indelicato ou seus advogados para falarem do caso.
Um dos promotores do caso, José Carlos Guillem Blat, afirmou ainda que foi pedida a perda da função pública durante o tempo da condenação para Marinho e qualquer um dos acusados que venha a ter algum cargo público, além de eventual cassação da aposentadoria e suspensão do dos direitos políticos no período entre oito a dez anos.
“São vários os pedidos que fizemos, o primeiro deles é o bloqueio de bens até o valor da causa, que é R$1,13 bilhão”, disse.
Para as empresas, a Promotoria pede a proibição de contratar com o poder público por dez anos. “Um pedido importante é a dissolução das empresas Alstom, Cegelec e Acqua-Lux, além da aplicação de multa de até três vezes o valor da causa.” Questionada, a assessoria de imprensa da Alstom respondeu, por meio de nota, que não foi comunicada sobre a posição do MP. As empresas Cegelec e Acqua-Lux não foram localizadas pelo G1.
Caso a Justiça aceite a denúncia, Marinho passará à condição de réu em ação de improbidade. Marinho não está
participando das sessões do TCE porque pediu concessão de licenças-prêmio.

Nova ação
Blat disse ainda que uma nova ação, envolvendo outras pessoas, pode ser proposta a partir de documentos que estão sendo enviados pela Justiça suíça. Ele reforçou que o trabalho foi realizado em cooperação jurídica com Suíça e França, e negou que a colaboração tenha sido interrompida em algum momento.
Segundo o promotor, a ação deve seguir em segredo de Justiça. “Envolve documentos suíços, franceses, extratos bancários, então não podemos divulgar. Mas essas pessoas estão sendo processadas porque foi comprovada a prática de corrupção por parte delas e das empresas”, afirmou.
Marinho foi secretário do governador Mário Covas (PSDB) entre 1995 e 1997 e é do Tribunal de Contas desde 2001. Ele também é investigado pela Corregedoria do órgão, que aguarda documentos da Justiça e do exterior para poder avaliar a conduta do conselheiro.

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