segunda-feira, 20 de maio de 2013

Adolescente é arrastado por enxurrada para bueiro




Comoção, esperança e dor. Estes sentimentos envolveram todos os moradores do bairro do Jaracati, na tarde desta domingo (19), por mais de duas horas. O motivo? O resgate do adolescente Carlos Eduardo França Pereira, 13 anos, que foi tragado pela correnteza da enxurrada enquanto brincava próximo de uma galeria de esgoto, localizado em frente ao entreposto da Renault na Avenida Carlos Cunha.

A fatalidade aconteceu por volta das 14h30 e teve como testemunhas cinco amigos do adolescente. Eles relataram à polícia que brincavam na chuva de escorregar na grama, quando o “Cadu” foi puxado pela correnteza e sugado para dentro da tubulação de escoamento que desemboca no Rio Anil. Imediatamente os jovens correram para alertar a família e as autoridades. Começou nesse momento o drama da comunidade.

Depois de duas horas de procura, o corpo do adolescente foi encontrado sem vida por um grupo de moradores que se dispôs a ajudar os homens do Corpo de Bombeiros. Submerso durante todo esse tempo, o corpo do jovem foi arrastado pelos homens até a margem do rio, onde uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) aguardava para prestar socorro. Mas era tarde demais, Cadu havia se afogado.

Participaram da operação equipes do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Grupo Tático Aéreo e socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), em poucos minutos estavam no local, em busca do jovem, na esperança de um resgate com vida. Mas na primeira meia hora de procura as equipes de resgate constataram que o jogo havia sido lançado no rio.

De acordo com Santos, tenente-coronel do Corpo de Bombeiros, membros da equipe de salvamento percorreram toda a extensão da tubulação onde constataram três saídas diferentes e inúmeros obstáculos dentro da galeria. “Ele não ficou preso na galeria. A força da correnteza estava muito grande e com certeza fez com que ele fosse lançado em uma das três saídas que descobrimos. Fizemos tudo ao nosso alcance”, lamentou.

Comoção geral

Após a retirada do corpo do jovem a maioria dos vizinhos e conhecidos da família se juntaram numa torrente de lágrimas. Ednei Silva Santos, 33 anos, foi um dos que se emocionou com o resgate, principalmente por ter sido um dos homens que ajudou a encontrar Cadu.

Com várias escoriações adquiridas durante o resgate do corpo e com lágrimas nos olhos, Ednei lamentou a perda e explicou porque decidiram arrastar o corpo sob as águas escuras do rio. “Conseguimos encontrar ele com muita dificuldade. Ele estava preso no fundo do rio durante todo esse tempo e com certeza não estava vivo, por isso viemos trazendo o corpo debaixo d’água. Não queríamos causar um sofrimento maior”, disse.

Uma das jovens que brincava com Cadu estava inconsolável. A adolescente mal conseguia ficar em pé direito, enquanto era consolada por outra jovem. O mesmo aconteceu com os familiares da criança que, momentos antes do resgate do corpo, precisaram levar a mãe da vítima para o hospital – ela passou mal por causa de tanta aflição e desmaiou sendo socorrida pela SAMU. 

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