quarta-feira, 29 de maio de 2013

Mochilas escolares do Maranhão vão parar em escolas de São Paulo


Uma suposta fraude na origem do kit escolar entregue às crianças da rede municipal de Itanhaém fará com que o Ministério Público instaure um inquérito civil para apurar os fatos.
Tênis, bermuda, meias, camisetas, agasalhos e mochilas foram fornecidos aos estudantes no dia 8. Mas, no dia 21, após verificar que o brasão do Município de Itanhaém cobria o de São Luís, no Maranhão, nas bolsas entregues, a Prefeitura solicitou a devolução dos produtos por estarem com defeito.
Com isso, os pais foram informados, na última quarta-feira, por bilhetes postos nas agendas dos filhos, que deveriam devolver as mochilas. Foi quando um dos responsáveis resolveu procurar o defeito na bolsa e descobriu o logotipo maranhense encoberto.
Segundo Roberto Novaes Coelho, avô de dois estudantes da rede pública, ” quando soube da situação, fui olhar  a mochila dos meus netos e, ao descosturar o brasão de Itanhaém, pude ver o de São Luís”.
Manifestações populares fizeram a notícia chegar ao vereador de oposição Cesar Augusto de Souza Ferreira (PP), que protocolou uma representação nos ministérios públicos Federal (MPF) e Estadual (MPE).
Ao analisar o caso, Ferreira diz ter descoberto, mediante reportagens, que uma grande quantidade de materiais escolares havia sido descartada na Capital maranhense em janeiro deste ano. Os tênis e mochilas, segundo o vereador, são iguais aos de Itanhaém.
“Nós vamos estudar a possibilidade da criação de uma comissão parlamentar. O Ministério Público vai fazer o papel deles, e nós vamos fazer o nosso”, diz.
A promotora do MPE no Município, Érika Pucci, confirma ter recebido a visita de várias mães com os materiais apresentando as irregularidades.
“Eu vou instaurar inquérito civil e pedir esclarecimentos à empresa (J Educ Fabril Ltda., de Itanhaém) que forneceu os materiais. Também irei solicitar da Prefeitura informações sobre o que foi feito com relação à empresa (desde a descoberta do problema)”. E acrescenta: “Em nenhuma das mochilas consta a etiqueta com o CNPJ do fornecedor”.
Em nota, a Prefeitura de Itanhaém julga inadmissível a situação. “O Governo já exigiu explicações aos responsáveis, que reconheceram o erro e estão tomando as providências”.
Além disso, afirma que as crianças receberam da mesma empresa mochilas novas em um prazo de15 dias. A Administração informa que não gastará nada a mais por isso.
De acordo com a empresa J Educ Fabril Ltda., responsável pelo kit, as mochilas e os tênis fornecidos para a Prefeitura de Itanhaém não eram produtos descartados e, sim, fabricados exclusivamente para a Administração.

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