sexta-feira, 3 de maio de 2013

Empregão


Renam-Calheiros
BRASÍLIA — A regalia dos altos salários pagos a garçons extrapola o plenário  e o cafezinho do Senado e chega à residência oficial do presidente da Casa,  Renan Calheiros (PMDB-AL). O senador está rodeado de servidores comissionados  que há anos recebem polpudas remunerações — reforçadas por grande quantidade de  horas extras — para servir o cafezinho, as refeições ou organizar os serviços.  Renan tem à sua disposição na residência oficial um mordomo e dois garçons  nomeados por atos secretos, nos mesmos moldes dos servidores que atuam no  plenário. O mordomo é Francisco Joarez Cordeiro Gomes, que, em março, recebeu R$  18,2 mil brutos, dos quais R$ 2,7 mil somente em horas extras. Para servir  cafezinho, água e comida na casa, os garçons Francisco Hermínio de Andrade e  Djalma da Silva Lima receberam em março remunerações brutas de R$ 10,7 mil e R$  11,6 mil, respectivamente.

Assistentes parlamentares
Renan é assistido também por dois garçons lotados na Presidência do Senado.  Eles integram o mesmo grupo de servidores terceirizados que, em setembro de  2001, conseguiu cargos de confiança para continuar atuando como garçons. A  remuneração individual paga a Francisco das Chagas de Sousa e a João Natã Alves  Moreira foi de R$ 8,2 mil em março.
Reportagem do GLOBO no último dia 24 mostrou os salários de três garçons que  atuam no plenário, e quatro que servem água e café na copa contígua. As  remunerações variam de R$ 7,3 mil a R$ 14,6 mil, valor pago a José Antonio Paiva  Torres, o Zezinho, que atua exclusivamente servindo os senadores em plenário. O  grupo foi nomeado de uma só vez para o cargo comissionado de assistente  parlamentar, por meio de um dos atos secretos editados em 2001 pelo então  diretor-geral do Senado, Agaciel Maia. No mesmo ato estão os dois garçons da  residência oficial, os dois da Presidência, um da Primeira Secretaria, e outro  da Secretaria Geral da Mesa.
Atividades de apoio
O mordomo que serve a Renan chegou ao cargo comissionado de assistente  parlamentar por meio de ato secreto assinado por Agaciel, em 4 de dezembro de  2006. A função ocupada desde o início é a AP-01, a mais alta dentre os  assistentes parlamentares, com remuneração básica de R$ 12,2 mil. Francisco  Joarez está lotado na Coordenação de Administração de Residências Oficiais do  Senado.
— Teoricamente, ele estaria subordinado à coordenação, mas o próprio  presidente acaba acertando as horas extras com o Francisco Joarez, que é uma  espécie de mordomo da casa — disse ao GLOBO o coordenador de Administração de  Residências Oficiais do Senado, Luís Carlos Rayol.
O Senado sustenta, por meio da assessoria de imprensa, que não existe o cargo  de mordomo. As funções de Francisco Joarez são “responder pela coordenação da  equipe e também pela manutenção e integridade dos bens públicos existentes  naquele espaço residencial”.
“Os servidores relacionados realizam atividades de apoio na Presidência,  Primeira Secretaria e residência oficial. Na residência, as atividades envolvem  eventos e funções protocolares inerentes à Presidência do Senado ”, diz a  assessoria.

Nenhum comentário:

Postar um comentário