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Após um mês e dois dias dos ataques a ônibus acontecidos em São Luís, onde quatro coletivos foram incendiados e cinco pessoas ficaram feridas, Juliane Carvalho Santos, 22 anos, ainda não sabe da morte da filha mais velha, Ana Clara. A criança tinha seis anos e teve mais de 90% do corpo queimado. Ela não resistiu aos ferimentos e morreu após três dias.
De acordo com a irmã de Juliane, Jorgiana, a família está se programando para contar sobre a perda na próxima semana, quando ela e a filha mais nova de Juliane, Lorrane Beatriz, de 1 ano e meio, irão a Brasília, onde Juliane está internada desde o dia 5 de janeiro, no Hospital Regional da Asa Norte (HRAN). “Nós estamos falando que Ana Clara está internada na UTI, em estado grave”, disse Jorgiana.
Juliane passou pelo segundo enxerto nesta quarta-feira (5), desta vez na perna e nos braços. O primeiro foi feito nas costas e braços. A mãe, Filomena Donata, falou que a filha está reagindo bem ao tratamento, mas teme que piore ao saber que a filha morreu. “Ela evita falar sobre as filhas. Acho que tem medo de saber uma notícia ruim. No fundo, no fundo, acho que ela sabe. Coração de mãe não se engana”, disse Filomena.
A família decidiu que quem contará sobre Ana Clara será a avó. “Me dá um frio quando eu penso que tenho que falar isso para ela. Tenho medo que tenha depressão. No fim de semana os médicos devem fazer uma nova avaliação para nos dar alguma previsão de alta. Talvez contemos já na casa da minha irmã, onde ficaremos até que todo o tratamento de Juliane acabe”, disse dona Filomena.
Segundo boletim médico emitido nessa terça-feira (40]) no site da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, “a paciente internada no Hospital Regional da Asa Norte encontra-se estável, com boa evolução clínica, respira espontaneamente, funções cardíca, pulmonar e renal preservadas. A paciente não tem previsão de alta”.
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