O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, senador Aécio Neves, ganhou terreno e reduziu a distância que o separa da líder da corrida eleitoral, a presidente Dilma Rousseff (PT), aumentando as chances de a disputa ser decidida no segundo turno, mostrou pesquisa Datafolha nesta sexta-feira.
Aécio subiu para 20 por cento das intenções de voto, ante os 16 por cento registrados no início de abril, enquanto Dilma oscilou para baixo 1 ponto percentual, para 37 por cento. O terceiro colocado, o pré-candidato do PSB, Eduardo Campos, passou para 11 por cento (ante 10 por cento). A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais.
Embora tenha oscilado dentro da margem de erro da pesquisa entre abril e maio, quando comparado com a sondagem de fevereiro Dilma perdeu 7 pontos percentuais.
Somados, os números de Aécio e Campos e dos demais pré-candidatos, que têm intenções de voto entre 1 e 3 por cento, chegam a 38 por cento contra os 37 por cento da presidente, daí as maiores chances de segundo turno. No início de abril, eram 38 por cento para Dilma e 32 por cento para os demais candidatos.
A pesquisa mostrou também que caiu muito a diferença a favor de Dilma num eventual segundo turno contra Aécio, passando para 47 a 36 por cento, ante 50 a 31 por cento em abril. Contra Campos, o placar foi para 49 a 32 por cento, ante 51 a 27 por cento.
A queda de Dilma pelo Datafolha entre fevereiro e agora é praticamente a mesma da pesquisa MDA para a Confederação Nacional do Transporte (CNT), que mostrou a presidente com 37,0 por cento das intenções de voto no final de abril, em comparação com 43,7 por cento em fevereiro. Nessa pesquisa, Aécio apareceu com 21,6 por cento, ante 17,0 por cento.
Em outro levantamento, do instituto Sensus, divulgado no início deste mês, Dilma aparece com 35,0 por cento, seguida pelo tucano com 23,7 por cento e Campos com 11,0 por cento.
O levantamento do Datafolha acontece depois que a presidente buscou reagir à perda de terreno na corrida eleitoral. Um de seus principais movimentos foi o pronunciamento à nação na véspera do 1º de Maio, quando anunciou um aumento nos benefícios do Bolsa Família e uma correção na tabela do Imposto de Renda.
LULA, MUDANÇAS E GOVERNO
O cenário que mostra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como candidato do PT no lugar de Dilma teria definição no primeiro turno, com o petista com 49 por cento das intenções de voto, Aécio com 17 por cento, Campos com 9 por cento e os demais candidatos com 6 por cento.
Segundo o Datafolha, 58 por cento acham que Lula deveria ser o candidato do PT, enquanto apenas 19 por cento defendem o nome de Dilma –18 por cento disseram não saber e 5 por cento acham que nenhum dos dois deveria ser o candidato.
O percentual que gostaria ver Lula candidato aumenta para 75 por cento quando os entrevistados são eleitores do PT, contra apenas 23 por cento que apoiam Dilma.
Outro número ruim para a presidente é que, enquanto a pesquisa mostra que 74 por cento desejam que as ações do próximo presidente sejam diferentes, contra 22 por cento que querem que elas sejam iguais, 38 por cento consideram que Lula é o mais preparado para fazer as mudanças no Brasil, seguido por Aécio com 19 por cento. Só depois, com 15 por cento, aparece Dilma.
Do lado positivo, a avaliação do governo manteve-se praticamente a mesma de abril: ótimo/bom com 35 por cento (era 36 por cento), regular com 38 por cento (39 por cento) e ruim/péssimo com 26 por cento (25 por cento).
Além disso, a expectativa de que a inflação vai aumentar recuou para 58 por cento, ante 65 por cento em abril, no primeiro recuo desde o início de 2012. Também diminui o número dos que acham que o desemprego vai aumentar: agora são 42 por cento, contra 45 por cento no mês passado.
O Datafolha ouviu 2.844 pessoas entre quarta e quinta-feira, em 174 municípios.
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