quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Carrasco dos times brasileiros conquista LIBERTADORES


Fundado no longínquo ano de 1908, o San Lorenzo-ARG viveu o momento mais importante de sua história nesta quarta-feira. Em Nuevo Gasómetro, o Ciclón recebeu o Nacional-PAR e confirmou seu favoritismo, vencendo de maneira inédita a Copa Libertadores da América. Os comandados de Edgardo Bauza triunfaram por 1 a 0, com gol de Néstor Ortigoza, e fizeram a alegria da massa azul e grená, abençoada com o apoio de um ilustre torcedor: o Papa Francisco.
Assim, o clube de Buenos Aires encerra o estigma de ser o único clube expressivo do território alviceleste sem ter conquistado a principal competição do futebol sul-americano, igualando as conquistas de Racing (1967), Argentinos Juniors (1985) e Vélez Sarsfield (1994). Neste contexto, o Newell’s Old Boys fica sendo a única equipe do país a chegar em decisões sem ter vencido nenhuma delas, amargando dois vice-campeonatos: 1988 e 1992.
Além da taça, acompanhada da premiação financeira, o Corvo garantiu vaga no Mundial de Clubes, que será disputado entre os dias 10 e 20 de dezembro, no Marrocos. Até o momento, também selaram presença no torneio Real Madrid-ESP, Cruz Azul-MEX, Auckland City-NZE e Moghreb Tétouan, representante da sede.
Responsável por encerrar a hegemonia brasileira, que conquistou os últimos três títulos da Libertadores, com Santos (2011), Corinthians (2012) e Atlético-MG (2013), a Argentina dispõe do maior ganhador da competição: o Independiente, detentor de sete títulos (1964, 1965, 1972, 1973, 1974, 1975 e 1984). O país também conta com os vitoriosos Boca Juniors (6), Estudiantes (4) e River Plate (2).
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Abençoado pelo Papa, o San Lorenzo exorcizou o azarão Nacional e batizou a América em azul e grená

No início de partida, a festa promovida pelos torcedores azuis e grenás nas arquibancadas do Nuevo Gasómetro teve efeito contrário: o San Lorenzo se mostrou assustado e viu o Nacional, com desenvoltura, tomar conta do jogo. Logo no primeiro minuto, Mercier errou passe no meio-campo e arquitetou o contragolpe visitante. Após boa trama na área, Orué finalizou firme, rasteiro, e carimbou a trave esquerda de Torrico.
Adiantando a marcação, o Mais Querido voltou a pressionar o Ciclón. Aos 17 minutos, Melgarejo disputou com dois defensores, ficou com a bola e rolou para trás, para Torales. O meia finalizou forte e assustou o goleiro adversário, concluindo à esquerda da trave. Com 27 jogados, Orué escapou em velocidade e serviu Bareiro na área. O centroavante caiu, em contato com a marcação, e pediu pênalti. O árbitro brasileiro Sandro Meira Ricci, bem postado, mandou seguir.
Superior em campo, o Tricolor de Assunção sofreu o primeiro gol em falha individual. Aproveitando sobra de bola na área, Cauteruccio esboçou uma finalização acrobática e viu Coronel interceptar a investida com o braço. Acertadamente, o juiz brasileiro marcou pênalti, que Néstor Ortigoza converteu com calma e precisão, deslocando Don.
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Ortigoza mostrou sangue frio para vencer Don em pênalti e inaugurar o placar em Nuevo Gasómetro
Mesmo com a vantagem em mãos, os comandados de Edgardo Bauza seguiram sofrendo as agudas chegadas paraguaias. Quando o relógio apontou a marca dos 44, Julián Benítez avançou pela ponta esquerda, cortou a marcação e chutou colocado, mandando rente à trave esquerda de Torrico, que apenas olhou. No ataque seguinte, Torales também experimentou da intermediária e levou perigo.
Fogo dentro e fora das quatro linhas
No início do período complementar, uma cena chamou atenção: um bolo formado por papéis higiênicos arremessados pelos torcedores mandantes pegou fogo e exigiu a intervenção dos bombeiros. Em campo, o clima quente se fez presente com a bola no pé. Aos oito minutos, aproveitando bola espirrada pela defesa paraguaia, após escanteio da direita, Héctor Villalba finalizou firme, mas mandou à esquerda de Don. A resposta do Nacional veio com 12 jogados: em cobrança de falta, Marcos Riveros alçou a bola na área, mas nenhum companheiro seu desviou.
Quando o relógio apontou a marca dos 20, Sandro Meira Ricci expulsou um gandula, responsável por retardar a reposição das bolas. Tal atitude foi um reflexo da postura azul e grená, que se retraiu. Assim, o Nacional seguiu pressionando e reclamou de outro pênalti. Acionado na área, Bareiro acabou empurrado por Cetto, que utilizou as duas mãos nas costas do centroavante. Porém, o juiz mandou o dianteiro visitante se levantar.
Com 32 jogados, o Mais Querido desperdiçou uma chance clara para empatar: aproveitando sobra de bola na área argentina, Bareiro, cara a cara com Torrico, finalizou por cima do travessão. Aos 42 minutos, o ídolo Romagnoli deixou o campo aos prantos, para a entrada do defensor Kannemmann. Retraído, o San Lorenzo se retraiu e soube conter os ímpetos mandantes para batizar a América, na despedida de seu camisa 10.

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