quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Família de barqueiro morto em acidente pede justiça

IMPERATRIZ – A família do barqueiro David Almeida Rocha, de 23 anos, que teve o corpo achado no Rio Tocantins, nesta terça-feira (19), pede esclarecimento e justiça para o caso. O pai de David, o presidente da Associação dos Barqueiros da Praia do Cacau, Francisco Alves Rego, de 46 anos, conta que o filho era habilitado há pouco mais de dois anos e esclarece que foi a primeira vez que um caso desses acontece com um dos associados.
“É a primeira vez que acontece algum acidente com nossas embarcações. Somos muito rígidos, não aceitamos crianças menores e, se não for habilitado, não trabalha. Tem dois anos que ele tirou a habilitação. O último percurso foi para trazer três amigos nossos”, lamenta o pai de David.
Na chegada do corpo de David Rocha, uma ciranda foi feita, e uma oração pedia para que o jovem tivesse uma passagem iluminada. (Foto: Jefferson Sousa/ Imirante Imperatriz)
O tio de David, Raimundo Nonato Almeida, também associado, explica que as buscas pelo corpo do barqueiro foram feitas, exaustivamente, pelos amigos e parentes desde o desaparecimento, sendo achado apenas hoje, numa parte rasa do Rio Tocantins, próximo ao povoado Imbiral.
“Encontramos ele chegando ao Imbiral. Passamos o dia de ontem avisando e procurando dos dois lados do rio. Agora pela manhã, teve um momento que vimos alguém acenar. Fomos lá, era ele”, detalha.
A tia, Neuma da Silva Santos, se revolta ao questionar as autoridades sobre o acidente.
“Se fosse um ricão, hoje já estava todo mundo na busca. Cadê as autoridades? Não foi Corpo de Bombeiros, polícia, foram os barqueiros e os amigos que nos ajudaram e ajudaram a família a achar, que acharam. O Corpo de Bombeiro só fizeram as primeiras buscas e sumiram”, revela.
David Rocha possuía permissão para trafegar no rio. (Foto: Jefferson Sousa/ Imirante Imperatriz)
Eremilton Cruz é uma das testemunhas do acidente. Ele descreve que tudo aconteceu de forma muito rápida, mas lembra que, tanto o piloto da motoaquática, quanto de uma embarcação de médio porte, que passou logo após o acidente no local, não prestaram socorro.
“Quando chegamos perto da beira, só foi escutado aquele “vrum”, aí caímos dentro do barco. Estava à noite e não vimos quase nada. Passamos de três a quatro minutos para voltar ao normal. O que nós lembramos é que a pessoa que achamos que causou o acidente arrodeou pelo barco com o ‘jet’. Pedimos socorro e, ele não socorreu. Apareceu uma lancha, também pedimos socorro, mas também não fomos socorridos”, se indigna Eremilton Cruz.
Ele completa o relato contando que a sobrinha e a mulher foram feridas. "Minha sobrinha quebrou a perna, e minha mulher está cheia de hematomas nas costas”, afirma.
Testemunhas relataram que avistaram o piloto envolvido no acidente ingerindo bebida alcoólica. Informaram, também, que a motoaquática se encontra ancorada num clube próximo à praia do Cacau, próximo de onde aconteceu o acidente.
O perito do Instituto Médico Legal (IML), José Ivan Pereira dos Santos, em análise prévia do corpo de David, relatou que o caso pode ser indiciado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário