domingo, 30 de setembro de 2012

Soldado acusado de matar estudante pode ser expulso da Polícia Militar

POR GABRIELA SARAIVA
Uma reunião no Conselho Superior de Segurança, que deverá acontecer nos próximos dias, decidirá se o soldado da Polícia Militar Sandro Morett Furtado de Oliveira será ou não expulso da corporação. Ele é acusado de ter baleado, no dia 27 de novembro de 2010, o estudante Tárcio Kaique Pereira Pires, de 18 anos, nas imediações do Viva do Maiobão. Na ocasião, o jovem ainda foi socorrido, mas faleceu 12 dias após o crime.
De acordo com o pai da vítima, o vendedor Ivaldo Magno Pires, de 46 anos, o primeiro julgamento ocorreu no final do ano passado, no Comando Geral da Polícia Militar. Inicialmente, o Conselho de Disciplina da instituição entendeu que não caberia, naquele momento, julgar a expulsão do soldado e que seria melhor aguardar ele ser julgado na Justiça comum.
Entretanto, o comandante da Polícia Militar, coronel Franklin Pacheco Silva, fez um parecer se mostrando a favor da expulsão do soldado e contra o primeiro posicionamento emitido pelos membros do Conselho, elencando uma série de motivos que tornava tal medida indispensável. Logo depois, no dia 16 de dezembro de 2012, o Conselho decidiu acatar a expulsão.
No parecer, o comandante da PM ressaltou que “o processo administrativo disciplinar é independente do criminal, razão pela qual tem procedimento próprio” cuja preocupação “diz respeito à conduta moral e profissional do soldado da PM”, que no seu entendimento “descumpriu seus deveres funcionais”, uma vez que as acusações tidas contra ele não se resumem a simples transgressões disciplinares. São indiscutivelmente de muito maior gravidade”.
Conforme contou Ivaldo Magno, o acusado recorreu da decisão e, por esse motivo, o processo foi encaminhado para o Conselho Superior de Segurança, onde será dado o parecer final. A reunião, que por inúmeras vezes foi desmarcada, deveria acontecer na semana passada, entretanto a equipe de reportagem do Jornal Pequeno foi informada, junto ao Conselho Superior de Segurança, que seu presidente – o secretário de Segurança, Aluísio Mendes, precisou fazer uma viagem. Ao todo, nove pessoas compõem o Conselho Superior de Segurança.
Na Justiça comum – Segundo contou o pai de Kaique, já em relação à Justiça comum, o processo sobre o assassinato de seu filho está parado, aguardando que duas testemunhas do caso sejam ouvidas. Uma delas seria o proprietário do veículo roubado, usado no dia em que o estudante foi baleado, pelo policial militar e por Paulo Salomão de Menezes, que ocupava o banco do carona. A outra testemunha seria um amigo de Kaique, identificado apenas como Geovane, que atualmente está morando em outro estado. Somente neste ano, duas audiências sobre o caso foram realizadas. A primeira aconteceu no dia 27 e fevereiro, no Fórum Tácito Caldas, em Paço do Lumiar.
Tárcio Kaique Pereira Pires, de 18 anos, morreu no dia 9 de dezembro de 2010, depois de ser baleado dias antes, nas imediações do Viva do Maiobão, pelo policial militar Sandro Morett Furtado de Oliveira. Na ocasião, ele teria discutido com o soldado por ele ter passado com um Fiesta de cor preta e placa JHC-0403 por cima de seu pé, além de tê-lo atingindo também com o retrovisor. Segundo informações colhidas pela família da vítima, até hoje o soldado nunca foi afastado de suas funções, trabalhando normalmente na parte administrativa no 9° Batalhão da Polícia Militar, onde está lotado.

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