segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Tribunal de Justiça do Piauí nega liberdade para Gláucio Alencar


O Tribunal de Justiça do Piauí, através do desembargador Erivan Lopes, não seguiu o parecer do promotor Benigno Filho e negou a liberdade para Gláucio Alencar, o principal acusado de ser o mandante das execuções do corretor Fábio Brasil em Teresina e do jornalista Décio Sá, em São Luis-MA.

Na última sexta-feira (22), o desembargador Erivan Lopes negou o pedido de liminar impetrado pelo advogado Nazereno Thé que defendeu a liberdade para o empresário Gláucio Alencar, alegando que o mesmo se encontra preso há mais de 200 dias sem que a instrução processual tenha sido concluída e que, por isso, ‘estaria sofrendo constrangimento ilegal’.

Gláucio Alencar é acusado de mandar matar Fábio Brasil e o jornalista Décio Sá

O Desembargador Erivan Lopes, discordou desse argumento já que o processo possui seis acusados, é bastante complexo, inclusive com a necessidade de recambiamentos para serem ouvidos em Teresina. ‘Tudo isso revela complexidade do processo e justifica a dilação temporal para a conclusão da instrução. Dessa forma, não o que se falar em constrangimento ilegal’, escreveu o desembargador-relator ao indeferir o pedido de liminar. O Habeas Corpus ainda será julgado na 2ª Câmara Especializada Criminal do Tribunal de Justiça.

Crime na Litorânea - O jornalista Décio Sá foi assassinado no dia 23 de abril do ano passado, com cinco tiros, em um bar da Avenida Litorânea, em São Luís. Após uma série de investigações, que duraram quase dois meses, comandadas por uma comissão de delegados organizada pelo secretário de Segurança Pública do Maranhão (SSP/MA), Aluísio Mendes, uma quadrilha, com oito integrantes, foi presa, por meio da Operação Detonando, na manhã do dia 13 de junho do ano passado.

Foram presos Gláucio Alencar, de 34 anos, apontado como um dos mandantes do crime e suspeito de ter financiado a execução do jornalista; José de Alencar Miranda Carvalho, de 72 anos, pai de Gláucio Alencar, indicado também como mandante e financiador do crime; capitão Fábio, conhecido também como Capita, subcomandante do Batalhão de Choque da Polícia Militar do Estado do Maranhão, suspeito de fornecer a arma que executou o jornalista; Fábio Aurélio do Lago e Silva, de 32 anos, o Bochecha, suspeito de participar do crime; José Raimundo Chaves Júnior, o Júnior Bolinha, de 38 anos, suspeito de intermediar as ações do crime; Airton Martins Monroe, de 24 anos, suspeito de ter apresentado o executor do crime a Júnior Bolinha, além de Jhonatan de Sousa Silva, de 24 anos, apontado como executor de Décio Sá e que estava preso desde o dia 5 de junho do ano passado, ou seja, oito dias antes da Operação Detonando.

No dia 7 de novembro, foi preso Marco Bruno Silva Oliveira, de 28 anos, que confessou ter conduzido a moto para Jhonatan de Sousa Silva no dia do crime. O inquérito, de 31 volumes e 23 documentos apensos, foi entregue na 1ª Vara do Tribunal do Júri, no dia 17 de agosto do ano passado.

As investigações sobre o assassinato de Décio Sá que, segundo a polícia, teria sido motivado por reportagens publicadas no blog do jornalista, que desarticulou um esquema de desvio de verbas de merenda escolar, levaram a polícia a descobrir um esquema de agiotagem no Maranhão.

No início do mês de julho de 2012, a Secretaria de Segurança criou uma comissão de delegados para investigar especificamente os crimes de agiotagem no Maranhão.

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